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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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Rússia coloca compromisso do Irã com acordo nuclear em dúvida

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, expressou nesta quinta-feira (27) suas dúvidas sobre o cumprimento por parte do Irã do acordo assinado com o Brasil e a Turquia a respeito do enriquecimento no exterior do urânio iraniano.


"Não existe 100% de garantia. Muitas coisas vão depender da maneira como a parte iraniana vai cumprir com suas obrigações. Se eles cumprirem corretamente, a Rússia sustentará ativamente a instauração do esquema proposto pela Turquia e pelo Brasil", declarou Lavrov.

No dia 17 de maio, o Irã firmou em Teerã, com a Turquia e o Brasil, um acordo que prevê a troca no território turco de 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% por 120 quilos de combustível enriquecido a 20%, fornecidos pelas grandes potências, destinado ao reator de pesquisas de Teerã.


O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, saúda multidão nesta quarta-feira (26) na cidade de Kerman antes de discursar. (Foto: AP)"Felicito este avanço. Na verdade, potencialmente, se for aplicado, criará as premissas de uma solução para um problema concreto - a entrega de combustível para um reator - e também para melhorar a atmosfera da retomada das negociações", declarou Lavrov.

Esta tarde, Sergei Lavrov teve uma entrevista telefônica com seu colega iraniano Manuchehr Mottaki, informou o ministério russo em um comunicado.

"A Rússia disse estar disposta a ajudar ativamente no avanço do processo de negociação para resolver a situação em relação ao programa nuclear iraniano", segundo o texto.

"Eles insistem na necessidade de buscar, o mais rápido possível, as decisões por vias político-diplomáticas", acrescentou o ministério.

A esse respeito, o governo turco deixou claro também nesta quinta-feira que descartar o acordo nuclear acertado entre o Irã, o Brasil e a Turquia seria algo pouco razoável, e criticou o aliado americano por criar uma situação absurda ao pedir novas sanções contra Teerã.

O acordo concluído entre Teerã, Brasília e Ancara em 17 de maio passado não propõe uma solução global para a crise iraniana, "mas se trata de um passo adiante para resolver a questão da troca (de combustível) que constitui um dos elementos-chave do caso", indicou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Burak Ozugergin.

"É certo que a metade do copo está vazio, mas achamos que foi necessária tomar outra atitude para enchê-lo", afirmou, acrescentando que "é pouco razoável rejeitar o acordo afirmando que o copo está meio cheio".

O diplomata criticou Washington por ter submetido ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução para nova sanções contra o Irã, pouco depois do acordo Irã-Turquia-Brasil.

"Submeter a resolução no dia seguinte ao plano significa que vocês prefrem fechar os olhos a certos desenvolvimentos", afirmou o porta-voz, que caracterizou a situação como absurda.
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