O pré-candidato do PSB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, admitiu a tendência de seu partido de apoiar o PT em caso de segundo turno disputado entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT). Em entrevista ao Terra TV , nesta sexta-feira (4), o ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) acredita que o apoio à candidatura de Mercadante "será natural".

Ao Terra, ele contou que muita gente do PT pediu para que ele desistisse da candidatura pelo PSB para apoiar Mercadante, mas o partido decidiu sair da polarização entre tucanos e petistas. "De um lado, o PT tem interesse na nossa candidatura porque viabiliza o segundo turno, mas de outro se preocupam", disse sobre a possibilidade de ofuscar Mercadante e tirá-lo de cena em eventual segundo turno.

Skaf prometeu ainda, caso seja eleito ao governo paulista, descentralizar o governo criando subgovernadorias em regiões do Estado. "Entendo que em cada uma das 15 regiões de São Paulo devemos ter subgovernadores. Eles que saberão quais são as prioridades das regiões", afirmou.

Ele também prometeu pressionar o governo federal para realizar reformas importantes, como a tributária. "Serei um guerreiro (...) no sentido de fazer com que aconteçam as reformas estruturais nos primeiros meses de 2011".

Vice
O pré-candidato ainda não escolheu o seu vice, mas adiantou que as chances de ser uma mulher não estão descartadas. Ele explicou ainda que o fato de Gabriel Chalita não concorrer ao Senado não prejudica de forma alguma sua candidatura. "Uma candidatura de governador costuma puxar a de senador, e não o contrário".

Questionado por um internauta se valia a pena votar nele, já que segundo as pesquisas o pré-candidato corre o risco de não ir ao segundo turno, Skaf respondeu que é natural que ele seja pouco lembrado nas pesquisas neste momento justamente por ser a novidade. "É hora de darmos novas oportunidades aos eleitores, é isso que o PSB quer, um candidato novo não no sentido de inexperiência, mas uma novidade no sentido de dar novas ideias. Queremos quebrar essa polarização de sempre entre PT-PSDB".

Empresário que se apresenta como o elemento surpresa nas eleições paulistas, Skaf disse ainda que espera "pegar votos daqueles que não decidiram ainda em quem votar", quando perguntado se esperava tirar votos do pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.

Para a entrevista ao Terra TV, muitos internautas enviaram perguntas a Skaf sobre o papel do professor na rede pública de ensino. "É por meio da educação que você transforma a cidade, temos que oferecer às crianças as mesmas oportunidades das escolas particulares", defendeu. O pré-candidato comentou ainda que "em país desenvolvido, professor é coisa séria", acrescentando que trata-se de uma classe que tem que ser bem cuidada.

Outros temas abordados durante a entrevista foram a quantidade de pedágios existentes em São Paulo e a valorização da carreira do policial militar e civil na cidade. "Eu defenderia a ideia de existir uma compensação no IPVA, mas há restrições, porque o IPVA é uma concessão do governo e a cobrança é privada", afirmou, explicando sua alternativa para o encarecimento no preço dos pedágios. Já em relação aos policiais o pré-candidato se limitou a dizer que existe um projeto para acabar com o mau pagamento dos policiais, do qual é favorável.

Skaf foi perguntado ainda sobre perspectivas em relação ao crescimento da população economicamente ativa na cidade. "Há 12 anos como presidente da Fiesp, acredito que São Paulo tem que ser o centro, uma referência mundial em relação a oportunidades de emprego". Como exemplo, o pré-candidato comenta que, a partir da inauguração de um distrito industrial para geração de empregos em Ferraz de Vasconcelos (SP), as pessoas não precisam mais gastar cerca de cinco horas por dia em transporte público. "Temos que apostar nos desenvolvimentos regionais", disse.

Depois da visita ao Terra, Skaf seguiu para uma reunião com empresários ligados a setor industrial e para o enterro de Pedro Fukuyei Yamaguchi Ferreira, filho do deputado federal Paulo Teixeira (PT/SP), na zona leste da capital paulista. O ativista e advogado de 27 anos estava desaparecido desde terça-feira (1º), quando entrou para nadar no Rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira. O corpo foi encontrado no início da tarde de quinta-feira (3).