O premiê israelense Benjamin Netanyahu saudou neste sábado o encerramento pacífico do conflito entre a marinha de Israel e o navio de ajuda humanitária de bandeira irlandesa Rachel Corrie, que foi interceptado hoje quando se dirigia a Gaza, informou o jornal italiano La Repubblica.

"Nós vimos hoje a diferença entre um navio de ativistas da paz, com quem não concordamos, mas respeitamos o direito deles de divergir, e uma embarcação de ódio organizada por extremistas do terror turcos", disse o premiê israelense, citado pelo seu gabinete.

"Nos dois casos, Israel atuou exatamente da mesma maneira para garantir o bloqueio de Gaza, com a intenção de prevenir a entrada de armas para o Hamas (que Israel acusa de ser tutelado pelo Irã), e permitir que as mercadorias para os civis entrem em Gaza após uma inspeção", precisou o primeiro-ministro israelense.

Uma porta-voz das Forças de Defesas Israelenses confirmou que a marinha embarbou e assumiu o controle do navio irlandês sem encontrar "qualquer resistência" da tripulação e dos passageiros. "Tudo aconteceu sem violência", ela disse.

O Rachel Corrie, que como o Mavi Marmara foi abordado em águas internacionais, chegou esta tarde ao porto israelense de Ashdod, no norte de Gaza.

A embarcação irlandesa veio acompanhada pelos navios militares israelenses que a abordaram em águas internacionais.

No navio viajavam 19 ativistas, entre eles o prêmio Nobel da Paz Mairead Maguire e o ex-subsecretário-geral das Nações Unidas, o irlandês Denis Halliday.

As autoridades militares israelenses começaram a inspecionar as 1,2 mil t de ajuda humanitária que o navio leva antes de levar o material a Gaza.

O Rachel Corrie é o último navio da frota que chega à região, devido a um atraso motivado por problemas técnicos.

Os seis navios da frota internacional, que tinha como objetivo romper o bloqueio israelense e levar ajuda humanitária a Gaza, foram abordados na segunda-feira pelo Exército de Israel, incluído o Mavi Marmara, o único em que as tropas israelenses encontraram resistência.

Porto iraniano
Benjamin Netanyahu também disse neste sábado que seu país "não permitirá o estabelecimento de um porto iraniano em Gaza".