Após intenso crescimento nos últimos mêses, a atividade industrial perdeu a força em abril. De acordo com informações da pesquisa de indicadores industriais, divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento caiu 4,9% e as horas trabalhadas na produção recuaram 3,4% na comparação com março deste ano.

Com o resultado, a indústria reduziu o ritmo das contratações. O emprego no setor aumentou 0,1% em abril na comparação com março. No período imediatamente anterior, o emprego cresceu 1%. De janeiro a abril, a oferta de vagas na indústria aumentou 3,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A utilização da capacidade instalada cresceu 0,8 ponto percentual e atingiu 83% em abril. É praticamente o mesmo percentual registrado no período pré-crise, em setembro de 2008.

Os salários caíram 1,4% em abril em comparação com março. Segundo os indicadores da CNI, abril teve três dias úteis a menos que março, o que contribuiu para a queda no índice. No acumulado dos quatro primeiros meses de 2010, os salários cresceram 3,8% frente nao mesmo período de 2009.

O estudo mostra ainda que uma queda de 1,9% no rendimento médio real da indústria em abril em relação a março. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador registrou crescimento de 1,2%.

Conforme a CNI, todos os setores da atividade apresentaram expansão. Os que mais cresceram foram os produtos de metal, couros e calçados, máquinas e equipamentos e máquinas e materiais elétricos. A expansão destes últimos setores indicam que há investimentos no aumento da capacidade instalada.

Em outros setores, como o de madeira e refino de álcool, a atividade industrial aponta uma trajetória de recuperação. O segmento de madeira, por exemplo, mesmo com a alta de 28,5% no faturamento real em abril, teve redução de 1,6% nas horas trabalhadas de 0,9% no emprego na comparação com março.