Apesar de os sismógrafos não apresentarem grandes tremores, nesta quinta-feira (10), no Rio de Janeiro, um "cataclisma", na definição do ex-governador do Paraná Roberto Requião, levou o presidente do PMDB, Michel Temer, à capital carioca. Requião, Pedro Simon e Temer tinham um encontro, às 15h, para garantir uma convenção "sem violência" - a bem dizer, com a presença da proposta de candidatura própria. "Parece que houve um cataclisma, um terromoto no Rio, e ele foi atender", troçou, enfatizando que deseja convidá-lo para ser seu vice.

Ladeado por Simon e Paes de Andrade, peemedebistas históricos, Requião usou o mesmo horário do encontro desmarcado para fazer uma coletiva à imprensa. Manteve a pré-candidatura à presidência e criticou o edital de convocação do PMDB, que ignorou seu registro e chamou os delegados para aprovarem a ida de Temer para a vice de Dilma Rousseff (PT). "Nessa convocação estranha, não se fala dessa possibilidade. É pra vir aprovar. Quem não quiser, não venha. Mas o senador Pedro (Simon) reiterou minha inscrição", declarou o político paranaense, amparado nos diretórios do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Santa Catarina.

"Se tratar a convenção com violência, o PMDB sairá muito dividido", avaliou o pré-candidato. O senador Pedro Simon anunciou que entrará com um recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), caso a direção do PMDB não mude os termos do edital. Bem-humorado, Simon sugeriu que Temer fosse vice de Requião e Dilma, ao mesmo tempo. "De repente, pode ser vice nas duas..." Ainda mais irônico, cortou o ex-governador do Paraná assim que Temer foi chamado de um "dos bons quadros do PMDB". "Não é booooooooom. É só bom", atirou Simon.

O PMDB realiza sua convenção no sábado, 11, e deve aprovar a coligação com o PT. O Terra apurou que Michel Temer garantiu aos petistas que terá 90% dos votos.