O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Cláudio Stábile, afirmou discordar do fato da Justiça não ter concedido direito de defesa antes de decretar as prisões dos envolvivos na operação Jurupari. Em discurso, durante audiência da Assembleia Legislativa, ele avaliou que é preciso ter “coragem” para criticar a Polícia Federal se realmente tiver ocorrido abuso de poder na deflagração da operação.

Stábile defende que é preciso averiguar se “o juiz Julier (Sebastião da Silva) está prestando um serviço um desserviço à sociedade”. Lembrou que, no ano passado, o juiz Federal determinou o afastamento do então presidente da OAB-MT, Francisco Faiad, justamente no Dia do Advogado, 11 de agosto, por meio de um mandado de segurança impetrado por um advogado que acusou Faiad por suposto tráfico de influência, concorrência desleal e atos de improbidade administrativa.

Além disso, segundo o presidente da instituição, por ter sido proferida em meio à campanha à presidência da OAB, o juiz da Segunda Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider, considerou, na decisão que permitiu o retorno do ex-presidente do cargo, que houve “motivação política” na atitude de Julier. “A OAB não apóia as decisões do Julier que destoam das decisões de outros juízes”.

Apesar das críticas, Stábile ponderou que não pode se manifestar contra a PF e o Ministério Público Federal (MPF), enquanto instituições, pois não se pode “depreciá-las”, mas sim apoiar o combate à corrupção e às ilegalidades. Ao contrário do que questionaram alguns representantes políticos, como, por exemplo, o presidente da AL, deputado José Riva (PP), do custo das operações e, consequente, impacto econômico. “Às vezes o prejuízo seria maior se não realizasse a operação”.