O deputado Domingos Dutra (PT/MA) encerrou há pouco, em Brasília, a greve de fome iniciada há uma semana em protesto contra o apoio do Partido dos Trabalhadores à releição da governadora Roseana Sarney (PMDB). O acordo selado entre o parlamentar e a cúpula nacional permitirá que o PT naquele Estado esteja em dois palanques, o de Roseana e o do deputado Flávio Dino (PCdoB/MA), que tinha, até a semana passada o apoio oficial do PT.

Domingos Dutra deixou o centro médico da Câmara dos Deputados por volta das 16h (Horário de Brasília) em uma cadeira de rodas e acompanhado pela esposa. Enfraquecido e visivelmente mais magro em função da greve de fome, Domingos Dutra repetiu o que vem dizendo no plenário da Câmara, de que o PT, depois deste episódio, está proibido de falar de ética na política e de moralidade política.

O parlamentar atacou a governadora Roseana Sarney e disse que os verdadeiros militantes petistas estarão na clandestinidade porque não apoiarão uma candidata que representa os mandantes de assassinatos e devastadores do meio ambiente.

"Quem fez tudo certo até agora combatendo a bandidagem política em nosso Estado agora estará do lado errado e quem sempre esteve errado agora estará oficialmente do lado certo e com o apoio do nosos partido", protestou. 

Dutra atacou ainda os três Zés, a quem atribuiu o fato de terem entregue o PT para o outro Ze, o zé bandido, em referência ao senador Joaé Sarney. "O Zé Dirceu, o Zé Genuíno e o Zé Eduardo Dutra entregaram o partido para o Zé Sarney"denunciu o parlamentar.

Domingos Dutra fazia greve de fome há uma semana no plenário da Câmara dos Deputados mas hoje, às 5h30, sentiu-se mal, desmaiou e foi internado. Ele estava acompanhado do militante petista Manoel Conceiç!ao, de 75 anos, que se deslocou para Brasília em solidariedade ao deputado asism que soube da manifestação.
Conceição é reconhecido como um dos seis petistas que fundaram o partido, em 1980.