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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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Alimentos vão continuar direcionando a inflação este ano, diz IBGE

Alimentos vão continuar direcionando a inflação este ano, diz IBGE
A inflação deste ano tem sido e continuará sendo diretamente determinada pela flutuação dos preços dos alimentos, avalia a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina dos Santos.


A alta de 4,38% acumulada este ano até outubro já superou o nível apurado em todo o ano de 2009, de 4,31%. Por conta dos alimentos, o aumento de 0,75% do mês de outubro ficou próximo à máxima registrada nos últimos dois anos. Entre junho e agosto desse ano, o índice de preços havia ficado estável. O IPCA voltou a subir em setembro, se acentuando em outubro.

A avanço de 0,75% é o maior para o mês de outubro desde 2002, quando foi de 1,31%. Naquele ano, a alta do dólar teve impacto forte sobre os preços dos alimentos.

'É uma característica desse ano o IPCA acompanhar de perto o comportamento dos alimentos, que estão sendo donos do comportamento da inflação de 2010', disse Eulina. Os preços dos alimentos estão sofrendo impacto em todo o mundo, devido a variações climáticas.

A inflação para os alimentos atingiu alta de 1,89% em outubro, que foi o maior resultado desde junho de 2008, quando ficou em 2,11% no mês. Comparando-se apenas os meses de outubro, este ano registrou o avanço mais forte desde de 2002, quando subiu 2,79%. Na comparação regional, a inflação dos alimentos foi mais forte Curitiba e em Goiânia, onde já chegou a 8,75% e 8,4%, respectivamente, no acumulado do ano.

O item que mais sofreu foi o feijão, cuja cultura é bastante doméstica. Devido a remunerações não muito atrativas no ano passado, 2010 registrou redução da área plantada de feijão, o que diminuiu a safra. Além disso, a seca também afetou a produção, com queda de 3,4% na primeira safra e de 15% na segunda safra. Então, a oferta de feijão se reduziu bastante e os preços dispararam.

No ano, o feijão carioca acumula alta de 109,78%, tendo subido 31,42% no mês de outubro. O feijão fradinho avançou 54,58% nesses 10 meses, após alta de 20,30% em outubro em relação ao mês anterior. O feijão mulatinho e o feijão preto também subiram, com avanços de 46,25% e de 29,9%, respectivamente.

As carnes, que têm um peso muito grande sobre o IPCA, subiram 14,56% no acumulado do ano, com alta de 3,48% no mês. Com isso, ficou empatada entre as principais contribuições para a inflação com os colégios e empregados domésticos. Isso se deve ao fato de o país estar em período de entressafra de carne.

Além disso, a seca também afetou os pastos e a alimentação dos bois, inclusive com pressão sobre os preços de ração. Junto a isso tudo, o aumento da renda no mundo elevou a demanda, o que faz com que o Brasil esteja exportando mais carne do que exportava no passado, afetando o mercado interno.

O trigo também pressiona setores importantes no país. O preço mundial do trigo aumentou, porque houve quebra de safra na Rússia, que é o principal produtor de trigo. As exportações russas foram reduzidas e o Brasil, que é importador, sofreu os efeitos da alta de preços do trigo.
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