Quando a futura arena do Corinthians, a ser construída no bairro de Itaquera, zona leste de São Paulo, foi anunciada como palco de abertura da Copa do Mundo de 2014, no fim de agosto, o clube procurou se eximir de qualquer responsabilidade. Afirmou que garantiria o estádio com apenas 48 mil lugares, quando a Fifa exige capacidade mínima para 65 mil espectadores para o jogo inaugural no Mundial.

Pouco mais de dois meses depois, o discurso já é outro. Nesta terça-feira, o diretor de Futebol do clube, Luis Paulo Rosenberg, foi enfático. "O Corinthians assumiu esta briga. O nosso estádio vai fazer a abertura da Copa".

No entanto, ele não disse de onde virá o dinheiro para a ampliação da arena. A empreiteira Odebrecht custeará 'apenas' cerca de R$ 350 milhões, o que possibilita a construção de 'somente' 48 mil lugares para o público. Para 65 mil, seria necessário aproximadamente R$ 600 mi. "Ninguém sabe, nem o Corinthians. Mas temos estudos que mostram que é factível e agora vamos trabalhar para solucionar esta questão financeira".

Uma alternativa levantada por Rosenberg é repassar boa parte da responsabilidade para a Fifa. "Eles não vão colocar dinheiro no estádio, mas bancam a estrutura fora dele". A estrutura para transmissões de jogos pela televisão, por exemplo, poderia ser construída fora da arena, e os custos seriam pagos pela entidade máxima do futebol.

Início das obras. De acordo com Rosenberg, o estádio corintiano começará a ser construído em março ou abril do ano que vem. O clube já deixou claro que ele não estará disponível para a Copa das Confederações, em 2013, pois deve ficar pronto entre setembro e dezembro daquele mesmo ano, após o torneio que serve de teste para a Copa.

"É uma questão de honra a gente deixar tudo pronto até o fim de 2013, estamos engajados neste processo. O investimento é muito maior do que simplesmente subir arquibancada, mas estamos encontrando boa vontade da Fifa. Eles são mais flexíveis do que parece", declarou.

Para o dirigente alvinegro, a cidade de São Paulo não pode em hipótese alguma abrir mão de inaugurar o Mundial. "Não vamos passar esta vergonha, vai ser muito bom para todos, inclusive porque com a abertura o congresso da Fifa [importante para a captação de recursos] será aqui. Além disso, nada é mais importante na Copa do que a abertura".