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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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'Apps' e APIs geram desafios para segurança de redes sociais

Jogos como Colheita Feliz e FarmVille são apenas exemplos do universo de recursos adicionais para redes sociais – ou “apps”, como são mais reconhecidos

Jogos como Colheita Feliz e FarmVille são apenas exemplos do universo de recursos adicionais para redes sociais – ou “apps”, como são mais reconhecidos. O que diferente um app do restante dos recursos da rede é que ele é normalmente desenvolvido por um terceiro, sem ligação com a rede social. Isso significa que a rede social e também o usuário devem confiar no aplicativo. Porém, confiança é às vezes a última coisa que eles merecem.


O Orkut teve um problema recente com um app que redirecionava usuários para páginas de login falsas. Quem adicionava o recurso ao perfil – buscando assistir TV no computador, segundo a promessa do app - não percebia o redirecionamento. Os visitantes, porém, eram imediatamente levados à página falsa. Quem forneceu suas credenciais de acesso correu o risco de ter sua conta completamente comprometida e usada, por exemplo, para a disseminação de vírus.

O comportamento indevido demorou a ser notado. Mesmo depois de o caso vir a público, o app ficou mais uma semana disponível aos usuários.

O caso levou o Google a prometer melhorar seu processo de revisão. Antes de serem incluídos na rede social, cada app é revisado. Por algum, porém, a revisão não identificou o problema.

Mas a revisão não elimina todas as formas de ataque. Existe o risco de um desenvolvedor ter seu servidor comprometido e imediatamente código malicioso aparecer em milhares de perfis na rede social. Até o momento, não se tem registro de que isso tenha acontecido, mas é um cenário bem possível considerando a tendência de ataques a sites legítimos.

Os apps ficam interligados com a rede social por meio da Application Programming Interface (API), ou “interface de programação de aplicativos”. Basicamente, é um canal de comunicação pelo qual o app e o site trocam informações na mesma língua. Alguns erros podem existir na própria API e serem de responsabilidade do site. Outros podem existir na maneira que os desenvolvedores usam essa API; usando como analogia a língua, é usar as palavras erradas ou entender errado o que o site está dizendo, gerando erros de comunicação.

O Twitter teve muitos problemas com isso. Um pesquisador chegou a divulgar pelo menos uma falha por dia durante um mês em aplicativos que se baseavam no Twitter. Para diminuir o impacto de erros desse tipo, o site criou novas maneiras de interação dos aplicativos para com o site. Agora não é mais necessário, por exemplo, fornecer sempre a senha.

O Facebook também teve problemas com apps recentemente. Alguns desenvolvedores estavam coletando dados sem autorização do site. O Facebook prometeu mudar sua API de modo a reduzir as informações sensíveis que passam desnecessariamente pelos apps e punir os programadores que violaram suas regras.


Farmville, um dos aplicativos mais famosos do
Facebook. (Foto: Divulgação)Redes sociais têm vantagem no combate aos ataques
No combate aos hackers, as redes sociais tem uma vantagem muito grande. Isso porque elas controlam tudo: a interação dos apps com o site, o perfil dos usuários e quaisquer outros comportamentos, como envio de mensagens, abertura e transferência de comunidades ou quaisquer ações realizadas. Uma rede social pode ser “inteligente” para perceber o que há de errado.

“Nós desenvolvemos sistemas complexos e automatizados que detectam e marcam contas do Facebook que podem estar comprometidas com base em atividade incomum, como o envio de muitas mensagens em um curto período de tempo, ou mensagens com links que sabemos que são maliciosos”, explica Simon Axten, gerente de privacidade e política pública do Facebook. Mensagens que o site detecta como sendo maliciosas são apagadas das caixas de todos os seus receptores, explica Axten, graças à vantagem que o Facebook tem por controlar os dois lados da comunicação.

Essa vantagem não existe, por exemplo, no e-mail, que trava uma luta sem fim contra o spam.

É verdade, portanto, que as redes sociais não têm motivo para serem tão anárquicas. Pelo contrário: os desenvolvedores têm o controle total sobre tudo o que acontece. É difícil achar justificativas que expliquem por que alguns ataques se repetem – como as comunidades no Orkut que roubam as credenciais de acesso.

Embora os apps deem algum controle sobre a rede social para um terceiro, o site ainda pode deter o canal de comunicação e integração dele com a rede. É perfeitamente possível criar mecanismos que detectem atividade maliciosa e meios seguros de colocarem esses apps na rede.

Ainda assim, é de se esperar novos ataques envolvendo apps. Portanto, fique atento para apps maliciosos, que normalmente vão ter promessas mirabolantes, e pesquise antes de incluir um recurso adicional no seu perfil.

A coluna Segurança para o PC de hoje fica por aqui. Volto na quarta-feira (17) com o pacotão de resposta. Se você tem qualquer dúvida, escreva na área de comentários. Todas as perguntas deixadas são lidas. Fique atento para notícias de segurança a qualquer momento aqui no G1, e até a próxima!

* Altieres Rohr é especialista em segurança de computadores e, nesta coluna, vai responder dúvidas, explicar conceitos e dar dicas e esclarecimentos sobre antivírus, firewalls, crimes virtuais, proteção de dados e outros. Ele criou e edita o Linha Defensiva, site e fórum de segurança que oferece um serviço gratuito de remoção de pragas digitais, entre outras atividades. Na coluna “Segurança para o PC”, o especialista também vai tirar dúvidas deixadas pelos leitores na seção de comentários. Acompanhe também o Twitter da coluna, na página http://twitter.com/g1seguranca.
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