A criatividade dos profissionais da escola municipal Ezequiel de Siqueira, no bairro Araés, driblou a resistência em ler de alguns alunos. Na unidade escolar não há um local específico para funcionamento de uma biblioteca, mas os livros existentes na escola são conservados em armários, depois de permanecerem o dia todo expostos no pátio da escola. O espaço ficou conhecido pelos estudantes como “cantinho da leitura”.

No local, aproximadamente 150 livros de literatura infantil, revistas e gibis são arrumados diariamente para apreciação das crianças. Pela manhã, após organizar os livros, uma funcionária vai até às salas de aula buscar os alunos e distribuir o material para leitura.

No período vespertino, outra funcionária leva os livros até as crianças, durante as aulas. Depois de escolher aqueles que mais os agradam, os alunos emprestam as obras e permanecem com elas durante todo final de semana. O tempo de permanência com os livros normalmente não ultrapassa dois dias.

A coordenadora pedagógica Melissa Lílian Teixeira relatou que antes de adotar essa medida, a equipe gestora da escola e os pais se comprometeram a estimular o hábito da ler nas crianças. Dessa forma, a ação iniciada na escola é apoiada em casa, pelos pais dos alunos, que fazem um acompanhamento da leitura.

“É nítido o desenvolvimento das crianças”, diz Melissa. De acordo com a coordenadora, após a devolução dos livros, os estudantes procuram os professores para comentar as histórias. “Eles conseguem reproduzi-las, num relato com começo, meio e fim”, comemora.

Desde o ano passado a ação tem sido desenvolvida na escola. Para a diretora Moisenil Dalila de Assis o resultado tem sido positivo. “Na hora do intervalo, os alunos maiores leem”, explica. Segundo ela, todos os alunos frequentam o espaço e gostam de ficar folheando os livros, revistas e gibis. Os professores também têm valorizado a ideia, uma vez que a iniciativa despertou mais o interesse das crianças pela leitura.


É o caso da aluna do terceiro ano, Camila Ferreira Marques. A estudante de oito anos relatou que mantém livros em casa, mas todo final de semana empresta alguns novos da escola. “É bom por que a gente aprende a ler melhor e aprende escrever mais palavras”, analisou.