O litoral do estado do Rio de Janeiro amanheceu hoje (11) com ondas de até 4 metros de altura, que atraíram centenas de surfistas para as praias, principalmente Grumari, Prainha e Leblon, na orla carioca, e Saquarema, na Região dos Lagos. A ressaca deve durar até segunda-feira (13), e, segundo o oceanógrafo David Zee, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), foi provocada por um ciclone extratropical estacionado no Oceano Atlântico, próximo da costa da Argentina.

O especialista explicou que o fenômeno é raro pelas circunstâncias em que ocorre, com os ventos soprando em uma única direção e provocando o agrupamento de ondas gigantes que incidem no litoral do Rio de Janeiro por estar na direção do sul do país.

Para ele, no entanto, a ressaca não deve provocar estragos na orla, já que os ventos não vieram junto com as ondas. “A característica dessas ondas é a grande energia acumulada e o espaçamento entre elas. Em algumas praias, o movimento das ondas provoca valas e em outras um acúmulo grande de sedimentos, os chamados bancos de areia, por isso, é preciso cautela ao entrar no mar”, acrescentou Zee.

Ainda de acordo com o oceanógrafo, a incidência de ressacas é conseqüência das mudanças climáticas e neste ano o fenômeno deve se repetir várias vezes no Rio de Janeiro. “A sucessão de ressacas se deve à alta capacidade que o planeta tem de absorver o calor do sol provocado pela emissão excessiva de carbono, por meio da grande energia que o homem consome para se manter”.

Por causa do mar agitado, o Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros espalhou bandeiras vermelhas pelas praias, indicando que o banho está proibido. Pela manhã, vários banhistas foram resgatados na Praia Vermelha, na Urca. Os bombeiros informaram que o total de salvamentos só vai ser divulgado no final do dia.