Vinte por cento da frota de carros roubados que circulam pela Bolívia saem de Mato Grosso. Além disso, 70% da cocaína que entra no Brasil atravessa a fronteira do estado com o país vizinho, que também é responsável por 80% do armamento que abastece os criminosos no Brasil. As informações são do secretário adjunto de Projetos Especiais da Copa, Jefferson de Castro, ao justificar a aquisição da tecnologia de segurança russa a ser usada no combate à criminalidade na faixa de fronteira.

Segundo Jefferson de Castro, de cada dez carros roubados no Brasil, dois são de Mato Grosso e fazem parte da frota de 120 mil veículos roubados que circulam livremente na Bolívia.

A tecnologia adquirida pelo Governo do Estado para combater os crimes na região de fronteira consiste em 10 radares móveis que permitem o rastreamento num raio de 180 quilômetros e a identificação de até 300 alvos simultâneos nas áreas delimitadas.

O Conjunto Móvel Autônomo de Monitoramento (Coman) possui radares com sistemas termais, que identificam o alvo pela temperatura corporal, e de mapeamento. Também possui visor noturno, possibilitando a fiscalização num dos períodos de maior movimentação de criminosos pela fronteira.

Outra vantagem é que o Coman permite monitorar e identificar as aeronaves em voos baixos, que não podem ser detectados pelos radares de tráfego aéreo. Além disso, Mato Grosso será detentor do software e poderá adequá-lo para as realidades climáticas do estado. O processo é denominado de tropicalização, segundo explicou o secretário.

O investimento de R$ 14 milhões para a aquisição da tecnologia não consiste apenas na compra dos veículos e equipamentos, mas também na capacitação da mão obra e ainda atende às exigências de segurança da Fifa para a Copa do Mundo de 2014.

O contrato com a empresa russa Gorizont também determina a transferência de tecnologia para profissionais do estado, e ainda prevê a prestação de serviço de manutenção por quatro anos.

De acordo com o secretário adjunto da Secopa, a companhia existe desde 1949 e é responsável por 98,5% do fornecimento de radares às marinhas mercante e de guerra da Rússia. A Gorizont também é responsável por fornecer 80,8% do mercado de radares terrestres. “Ela é detentora de uma tecnologia que até então não existia no Brasil. Este é o maior legado deixado ao governo de Mato Grosso”, afirmou.