Os ex-secretários de Saúde, que integram o Movimento Saúde e Democracia (MSD), questionaram os procedimentos cirúrgicos realizados no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, gerenciado por uma Organização Social de Saúde (OSS). Para esses representantes, os atendimentos na unidade hospitalar são mínimos e não atendem a real demanda de Mato Grosso.

O ex-secretário estadual de Saúde, Julio Muller, explicou que o projeto original do Hospital Metropolitano foi alterado e reduziu pela metade os atendimentos que previra originalmente. “Fizeram todo um carnaval com o Metropolitano, com 60 leitos, mas cortaram a metade do projeto inicial. Infelizmente, por economia, cortaram pela metade”, ressaltou.

Muller afirmou ainda que parte dos procedimentos cirúrgicos realizados no hospital são pequenas cirurgias e que a maioria dos pacientes nem chegam a ficar internados, já que são liberados no mesmo dia. “São pequenas cirurgias em que o paciente não precisa ficar no hospital e é só por isso que o Metropolitano consegue atender o previsto pelo governo”.

No ponto de vista do ex-secretário, a fila de cirurgias ortopédicas só tem aumentado nos pronto-socorros de Cuiabá e Várzea Grande, pois o Metropolitano não estaria  ‘cumprindo o seu papel’. Ele informou que hoje há cerca de 150 pacientes aguardando cirurgias.

Outro Lado

O hospital Metropolitano conta com 10 leitos de UTI adulta e 52 de enfermaria, todos climatizados. Conforme a Secretaria de Saúde, no mês de outubro foram realizadas 102 cirurgias ortopédicas, 109 gerais e 264 dias (pequenos procedimentos cirúrgicos), que totalizaram 478.

Os dados da pasta apontam ainda que, no primeiro trimestre (de agosto a outubro) de funcionamento, a unidade hospitalar realizou um total de 911 cirurgias. A meta mensal estipulada pela secretaria para o Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (Ipas) é de 500 cirurgias mês.