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Quinta-feira, 09 de maio de 2024

Notícias | Educação

Conferência Indígena: MEC esclarece objetivos do plano de ação territorialidade

O território etnoeducacional dos povos indígenas foi a temática central abordada, na manhã desta terça-feira (05), na Conferência Regional de Educação Escolar Indígena, no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá. O primeiro palestrante do dia foi o representante do Ministério da Educação (MEC), Mestre em Antropologia pela Universidade de Brasília (UNB), Gersen Luciano Baniwa, seguido pela professora e doutora em Ciências sociais pela Universidade de São Paulo (USP), Lucia Rangel.


Baniwa citou a evolução no trato da questão indígena nos últimos anos, citando que a anterior visão de eliminação dos povos indígenas foi substituída pela valorização. Mas, na opinião do representante do MEC, embora a legislação indígena no Brasil seja uma das melhores do mundo e haja mais disponibilização de recursos, ainda há precarização da educação escolar indígena, entre outros aspectos que precisam avançar. Por isso, o MEC está propondo uma nova forma de pensar a territorialidade, que possibilitará uma gestão articulada, superando a visão fragmentada da União, estados e municípios, com um único planejamento por território indígena, a partir de um diagnóstico de prioridades.

A proposta ainda não foi massificada entre os indígenas e, por isso gera dúvidas. O representante do MEC adiantou que as considerações indígenas serão levadas em conta. “ Tudo vai obedecer uma política participativa da educação escolar indígena, com a presença de todos os atores que constroem a Educação Escolar Indígena”, acrescentando que um colegiado irá elaborar, acompanhar e implantar o plano de ação da territorialidade. “Certamente essa proposta irá ampliar a autonomia dos povos indígenas”, completou.

O palestrante falou ainda que não há definição de quantos territórios serão criados no Brasil, e que a intenção é vencer a burocracia, atendendo de forma mais dinâmica e eficiente às necessidades dos povos indígenas. A previsão é que a implantação do plano de ação da territorialidade seja concluído em até cinco anos. A professora da USP reforçou que a proposta de território é agrupar os povos, sem deixar de lado os valores e modos diferentes de viver de cada grupo indígena.

A forma da família indígena trabalhar a educação indígena foi reverenciada pela professora Lucia. “As famílias indígenas não transferiram para a escola a educação dos filhos, o que ocorreu com os brancos. Acho que essa é a melhor contribuição dos povos indígenas para a construção de uma nova ética no Brasil”, definiu. A cientista social concluiu a palestra afirmando que a filosofia de vida indígena é preciosa, apostando na esperança do povo não índio ser contagiado por uma concepção de vida com menos conflitos, assim como ocorre entre os indígenas.

Na abertura da programação da Conferência Regional de Educação Escolar Indígena desta terça-feira o coordenador da mesa temática, professor umutina Filadelfo de Oliveira, apresentou os componentes da Câmara de Educação Básica do Conselho Estadual de Educação.
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