Olhar Direto

Terça-feira, 30 de abril de 2024

Notícias | Política MT

Senadores se unem e devem ir ao país vizinho negociar situação dos brasiguaios

A delicada questão dos agricultores brasileiros que vivem há dezenas de anos no Paraguai e já foram radicados naquele país, tem preocupado também os senadores que nesta quarta-feira (08.02), durante reunião da Comissão de Agricultura (CRA), externaram a solidariedade aos brasiguaios. Mais que isso, querem a partir desse debate organizar uma comissão que possa ir até lá ‘negociar’ com as autoridades paraguaias as condições de vida daqueles que estão sendo ameaçados pelos 'carperos' - grupo que se autodenomina ‘os sem-terra paraguaios’ - e que continuam ocupando as fazendas dos agricultores brasileiros.


O assunto entrou em pauta depois que o senador Waldemir Moka (PMDB/ MS) falou da preocupação com centenas de famílias brasileiras que lá vivem e pediu apoio para elaboração de um documento oficial à presidente Dilma Roussef.

“São produtores rurais brasileiros, muitos deles que vivem lá há 40, 50 anos com seus filhos e netos já nascidos no Paraguai e que hoje vivem uma situação de tensão. Acho que seria importante que pudéssemos tirar um documento da Comissão de Agricultura ao Ministro das Relações Exteriores e à própria Presidente da República, demonstrando nossa preocupação com o que está acontecendo”, externou Moka.

Já o senador Sérgio Souza (PMDB/PR) foi mais longe, e sugeriu a criação de uma comissão de senadores a fim de conversarem com o parlamento paraguaio e, entre outras pautas que envolvem os brasiguaios, reivindicar que cumpram (Governo) o compromisso feito com o Brasil, quando o Congresso Nacional cedeu às negociações de melhor qualidade e quantidade de recursos no que diz respeito ao Tratado de Itaipu.

“Sentamo-nos todos à mesa e eles (Governo) assumiram conosco (Congresso) o compromisso de cumprir a legislação que é paraguaia. É uma legislação que garante ao cidadão brasileiro, lá radicado, o direito à cidadania e o direito à propriedade. Essa lei data de 2005, e, diferentemente de outros países vizinhos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, ela não é retroativa. Então, nós temos, sim, de tomar a iniciativa e garantir que nossos companheiros agricultores que lá vivem tenham segurança no que diz respeito à cidadania e à propriedade”, argumentou Sérgio Souza.

Blairo Maggi, que nasceu na divisa com o Paraguai (em São Miguel do Iguaçu), pediu aparte e se assumiu o compromisso de fazer parte da comissão e ajudar a defender os direitos dos brasiguaios.


“Quero dizer que na época da negociação com a Ministra Gleisi, à época senadora, segundo orientações e informações do governo paraguaio, não era coisa relevante à questão da Itaipu porque estava tudo acordado pela lei de 2005, enfim, todos nós aqui (Congresso Brasileiro) acabamos concedendo um benefício para o Paraguai sem cobrar naquele momento um compromisso maior com a questão dos brasiguaios. Agora, então, chegou ou está chegando ao ápice essa discussão”, lembrou Maggi.

O parlamentar fez questão de destacar que além da solidariedade os senadores devem buscar respaldo legal para a criação dessa comissão e logo seguirem rumo às negociações com o Governo paraguaio.

“Nasci naquela fronteira, tenho muitos amigos no Paraguai, parentes que vivem lá há mais de 30 anos e têm seus filhos que já são paraguaios, concordo que não podemos deixar do jeito que está. Não é justo, embora tenhamos que respeitar a autonomia do Paraguai, pois, as leis são deles, mas os patrícios são nossos. Estou pronto para ir até lá contribuir no que for possível e mostrar que o Brasil é um país que tem respeito pelos países vizinhos, mas que também tem autoridade de exigir o direito de propriedade e segurança dos seus”, defendeu Blairo.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet