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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Incidência de câncer no fígado triplicou nos EUA em 30 anos

Uma revisão de publicações americanas constatou que a incidência de câncer hepático triplicou nos EUA nos últimos 30 anos, aumentando de 1,6 para 4,9 casos por 100 mil habitantes. As duas hipóteses que justificam o aumento da incidência são o diagnóstico mais precoce e o crescimento no número de casos de hepatite C crônica.


No Brasil, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) não tem dados sobre a incidência desse câncer, mas especialistas ouvidos pela Folha dizem que aqui também há aumento de casos.

O estudo americano aponta ainda que, embora a incidência tenha aumentado, a sobrevida dos pacientes com a doença melhorou. A principal justificativa é que o diagnóstico vem ocorrendo mais cedo, o que torna o tratamento mais eficaz.

"Embora o estudo não determine por que a incidência do câncer aumentou, a tendência pode ser parcialmente atribuída ao aumento dos casos de hepatite C crônica, que é um importante fator de risco para o câncer hepático", diz Sean Altekruse, autor da pesquisa.

Segundo Angelo de Mattos, presidente da SBH (Sociedade Brasileira de Hepatologia), os casos de hepatite C estão aumentando. Como o vírus é de evolução lenta e foi descoberto há apenas 20 anos, o diagnóstico está começando a ser feito e ainda podem existir muitos casos não descobertos, avalia.

A hepatite C crônica é a causa mais comum de tumor de fígado no país. Segundo Mattos, entre 20% e 30% dos portadores do vírus C podem evoluir para cirrose e, desse total, cerca de 5% podem desenvolver o tumor.

"A hepatite B também está associada ao câncer hepático, mas ela pode ser prevenida porque há uma vacina à disposição da população. A expectativa é que os tumores causados pelo vírus B diminuam ou até desapareçam", diz.

Adriano Miziara Gonzalez, gastrocirurgião e coordenador do Departamento de Transplante de Fígado da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), diz que, além do vírus C, outros fatores que podem provocar câncer de fígado são excesso de álcool e hemacromatose (depósito aumentado de ferro no organismo).

Gonzalez diz que é fundamental tratar adequadamente a hepatite e as outras doenças. Os pacientes devem fazer ultrassom e exames de sangue a cada seis meses.

"O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, que pode ser medicamentoso, cirúrgico ou, em último caso, transplante", diz, acrescentando que o diagnóstico no Brasil ainda é tardio, embora os serviços estejam cada vez mais especializados.

Como não há dados no Brasil, a SBH está fazendo um levantamento epidemiológico para descobrir a incidência da doença. "Embora o câncer de fígado não apareça na lista do Inca entre os tumores mais comuns, ele é um problema sério no Brasil", diz Mattos.

Segundo o Inca, em 2006, das 155.796 mortes por câncer no país, 4,31% (6.724) foram causadas por câncer hepático.

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