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Sábado, 27 de abril de 2024

Notícias | Educação

Escola ameaça desabar no interior do Paraná

Oitocentos alunos de Mangueirinha, na região Sul do Paraná, estão há duas semanas sem aulas porque o teto da escola está prestes a desabar. As falhas estruturais, comprovadas pelo Corpo de Bombeiros e por um engenheiro civil, levaram o Ministério Público a interditar o estabelecimento em 29 de abril passado.


Desde janeiro passado, a prefeitura colocou à disposição do governo do estado o pavilhão de eventos da cidade para que seja adaptado e usado para as aulas até a reforma ou reconstrução da Escola Estadual Coronel Misael Ferreira Araújo. Sem resposta, pais e alunos invadiram na quarta-feira passada (13) o colégio para cobrar agilidade do governo.

A escola, inaugurada em 1959, apresenta sérios problemas estruturais há pelo menos cinco anos. Em 2006, a direção pediu recursos à Secretaria de Estado da Educação para reformas urgentes e troca da cobertura, de forma a amenizar os estragos que a chuva vinha provocando no forro e no assoalho, mas não obteve retorno.

Neste período, o governador do estado vetou duas licitações que visavam derrubar as atuais instalações para a construção de um novo colégio - a primeira de R$ 2,6 milhões e a segunda de R$ 2,9 milhões. Nenhuma reforma foi feita desde então.

Há cinco anos os pais vêm pedindo uma nova escola, mas foi necessário um fator alheio à vida escolar para que a situação começasse a ganhar repercussão. Em outubro do ano passado, o promotor de Justiça Juscelino José da Silva fazia inspeção do prédio, o maior colégio eleitoral de Mangueirinha, quando se assustou com o que viu. A direção da escola deu como certa a reforma do colégio já naqueles dias. Não foi o que aconteceu.

Estrutura comprometida

No início de março passado, o promotor cobrou esclarecimentos do superintendente de desenvolvimento educacional da Secretaria de Estado da Educação, Luciano Mewes. Sem resposta, pediu ao engenheiro civil Franch Costella uma vistoria. O laudo comprovou que no saguão, onde é servida a merenda, também usado como espaço de recreação pelos alunos, o forro de madeira está cedendo e pode cair sobre os estudantes. No prédio contíguo, a laje de duas salas de aula e do laboratório de informática já cedeu cinco centímetros e igualmente está prestes a desabar.

O Corpo de Bombeiros também identificou ausência de saída de emergência e de sistema preventivo de combate a incêndio. Os pais não querem nem saber de uma reforma por acreditar que isso possa engavetar de vez a reivindicação por um novo colégio.

Para o tesoureiro da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF), Rodrigo Siqueira, no estado atual não cabem mais remendos, pois toda a estrutura já está comprometida. As obras paliativas já realizadas não solucionaram os sérios problemas estruturais. São muitas as infiltrações. “Um telhado novo sobre uma estrutura velha de nada adiantaria”, diz.

Ao tomar conhecimento da interdição, Mewes esteve na escola no dia 29 e se comprometeu a voltar dentro de um mês para dar satisfações ao promotor, aos pais e funcionários do colégio. Mewes informou que o governo precisaria de pelo menos seis meses para sair a licitação das obras de adaptação do pavilhão cedido pela prefeitura para servir de sala de aula.

De acordo com a APMF, o que de prático vem acontecendo é a pressão que a Secretaria Estadual de Educação está fazendo sobre a direção da escola por ter permitido, mesmo que indiretamente, que o caso se tornasse público.
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