Em tom de desabafo, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT) fez uma defesa apaixonada do setor agropecuário e da região Centro-Oeste e criticou o tratamento diferenciado do governo federal a diferentes setores da economia. Em discurso no grande expediente da Câmara Federal, nesta quinta-feira (10), Leitão criticou a decisão do governo de liberar outorgas para construção de usinas hidrelétricas sem a previsão nos projetos para a instalação de eclusas que permitam a navegação de hidrovias.
Segundo ele, a inclusão de eclusas eleva o custo do projeto em 6%. Já a inclusão de eclusas em empreendimentos prontos gera um sobrepreço de 30%
"Estudos sobre eclusas tem sido ignorados na autorga para as concessionárias de energia elétrica, como se hidrovia não fosse vital para o Brasil. Este problema deve ser corrigido. As eclusas devem fazer parte dos projetos como um todo", alertou.
Leitão lembrou que a hidrovia Teles Pires-Tapajós será debatida no dia 22 de maio, em audiência pública na Comissão de Viação de Transportes. Ele critica o governo por ter liberado a construção de seis hidroelétricas sem previsão de eclusas.
De acordo com o parlamentar, há uma dissociação entre os ministérios do Transporte (MT), de Minas e Energia (MME), Agricultura (Mapa) e Meio Ambiente (MMA). "O desenvolvimento está dissociado pelos MME e MT e pelo governo do Estado, que libera licenças ambientais,
Nilson Leitão argumenta que investir em hidrovias vai reduzir em 60% o custo do frete para a produção do Centro-Oeste.
"Dados do Dnit mostram que a malha rodoviária de 1,7 milhão de quilômetros de rodovias transportam 63% de cargas. O país tem 63 mil quilômetros de rios. Destes, 43 mil quilômetros podem ser usados, mas só usam 15 quilômetros. Investir na navegação reduzirá o frete em 60%. Só em Mato Grosso a hidrovias vão reduzir o tráfego de 700 mil carretas todo ano. Um comboio de barco equivale a mais de mil carretas. O transporte rodoviário não vai morrer. Pode ser usado pelos pequenos produtores", argumentou.
Atualizada às 20h20