Defesa da principal articuladora dos desvios de pelo menos R$ 16 milhões em dinheiro da Secretaria de Fazenda (Sefaz), o advogado Roger Fernandes se disse surpreso com o indiciamento de sua cliente, a ex-coordenadora de controle da Conta Única do Estado, Magda Mara Curvo Muniz, por inserção de dados falsos no sistema de pagamento da secretaria (BB PAG) e subtração ou inutilização de documento, tal como divulgado pela Polícia Civil na tarde desta segunda-feira (09).

“Por peculato e formação de quadrilha eu esperava, mas esses não”, comentou Fernandes em entrevista ao Olhar Direto após a divulgação dos indiciamentos. Ao todo, 30 pessoas, entre elas Magda, foram responsabilizadas pela Delegacia Fazendária (Defaz).

Embora não veja até o momento relação entre o que se apurou no inquérito sobre a atuação de sua cliente e os crimes agora imputados, Fernandes preferiu anunciar que tentará acesso aos autos ainda esta semana para decidir como reagirá à notícia dos indiciamentos.

O advogado vislumbra duas situações: ou aguarda o Ministério Público receber o relatório do inquérito e propor denúncia à Justiça contra os indiciados para só então formular a estratégia de defesa ou tenta anular o indiciamento. Ele tentará acesso ao relatório do inquérito ainda esta semana para decidir como atuar.

Magda foi engrenagem central no esquema investigado pela Defaz. Segundo a polícia, ela e outros funcionários do seu setor da Sefaz engendraram um esquema para gerar débitos diretos da Conta Única do Estado para contas bancárias de terceiros. O dinheiro, após sacado, era entregue a ela, segundo confessou Edson Rodrigo Ferreira Gomes, ex-servidor terceirizado do setor da Conta Única. Parte da quantia ficava com os beneficiários e “laranjas” do esquema.

Em depoimento à polícia, Magda negou participação no rombo e apontou que o então titular da Sefaz, Edmilson José dos Santos, chegou a autorizar pagamentos absurdos de quantias oriundas da Conta Única. As autorizações passavam pela assinatura do secretário, informou.



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