O atraso em reformas na Escola Estadual de Ensino Médio Carlos Lorea Pinto, em Rio Grande, no interior do Rio Grande do Sul, coloca alunos e professores em risco durante as aulas. O piso de seis salas está comprometido com tábuas soltas e podres. Além disso, o forro ameaça desabar. Um professor e alunos já se machucaram em episódios em que o chão cedeu.

A escola conta com 1.268 alunos e atende principalmente a quatro bairros pobres do município. Metade dos estudantes tem aulas nas seis salas comprometidas. Elas foram construídas em 1992 e só ganharam reparos básicos por meio do baixo orçamento da própria escola.

Um professor de história ficou 12 dias em licença após machucar uma das pernas. Ele caiu no piso que cedeu de uma das salas enquanto dava aula – um buraco de aproximadamente um metro de profundidade se abriu. A sala foi interditada, e as aulas, realocadas na biblioteca da escola. As outras seguem com aulas apesar dos riscos.

"Não conseguimos fazer reformas", diz a diretora Veroni Retzlaf. Os alunos não escondem o receio de entrar nas salas. Ao caminharem, sentem as tábuas do piso soltas. Sem contar que, a cada dia, é difícil não prestar atenção no teto, repleto de infiltrações e passando a impressão de que pode ceder a qualquer momento.

"Dá um medo. Colegas já se machucaram", conta a aluna da 5ª série Natalia Cavalheiro Martins, 13 anos.

Entre as soluções, duas salas novas, que estão sendo construídas desde 2004, ainda não foram liberadas para serem ocupadas pelos estudantes.