Médico e empresário do setor, o deputado estadual licenciado Guilherme Maluf (PSDB) chamou novamente a responsabilidade do governo do Estado para obrigações não cumpridas, como a falta de ação e políticas na saúde e infraestrutura. Ele ecoou constatação de profissionais do setor de que "a saúde do Estado está um caos".
A afirmação foi feita em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, quando o candidato mencionou os atritos e debates mais acolorados entre candidatos a prefeito de Cuiabá no atual estágio da campanha.
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"Ele (governador) tem que melhorar sua gestão. A saúde do Estado está um caos. Ele não está conseguindo pagar nem o que ele tem acordado com Cuiabá, que é a diferença das UTIs, o repasse do Pronto Socorro. E as nossas necessidades são muito maiores do que isso", cobra.
Na semana passada, Guilherme Maluf já havia cobrado o governador Silval Barbosa quanto à mudança no traçado da ferrovia senador Vicente Vuolo (Ferronorte), administrada por concessão pela América Latina Logística (ALL). A ferrovia não tem mais ramal por Cuiabá, relata Maluf. O tema veio à tona na propaganda eleitoral do tucano. Ele multiplicou o assunto depois.
O candidato estranhou a resposta diante da cobrança. "Entre os candidatos há discussão natural. Eu só fiquei assustado quado vi o governador do Estado, cidadão consciente, que tem tanto poder, querer discutir com um candidato a prefeito. Eu acho que ele tem muito mais coisa para cuidar. Ele tem as obras da Copa do Mundo para zelar, e eu acho que vão estar todas atrasadas. Vem as chuvas aí", recomendou.
Na quinta-feira (6), o vereador Francisco Vuolo, ex-secretário de Estado da área de logística, cunhou o termo "oportunista" e "demagogo" para Guilherme Maluf por ele incluir o tema na campanha. O pai de Vuolo, senador Vicente Vuolo, foi um dos que atuou no Estado e no Congresso Nacional por projetos e efetivação do modal em Mato Grosso. Maluf diz que faz defesa do povo e da cidade e que vai "morrer demagogo e oportunista" por causa disso.
Ferrovia
Atualmente, o traçado da ferrovia prevê terminais dela em Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, motivo da discordância de Guilherme Maluf, ao alegar que a ferrovia não chegará a Cuiabá. Em junho, o governador Silval Barbosa e o ministro Paulo Sérgio Passos inauguraram o terminal de Itiquira, na região Sul de Mato Grosso.
Um trecho de 148 Km deve interligar a cidade a Rondonópolis até dezembro, segundo a concessionária ALL. As obras do trecho são com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento, segunda etapa (PAC2).
Em 1999 a ferrovia chegou em Mato Grosso, na divisa com Mato Grosso do Sul e Goiás, no município de Alto Taquari, ao ligá-lo com o terminal de Aparecida do Taboado (MS). Em 2002 a malha chegou a Alto Araguaia . A ferrovia integra os três Estados e mais São Paulo, cujo terminal marítimo para exportação é centralizado na cidade de Santos (SP).
A previsão do Plano Nacional de Viação era a ferrovia chegar a Cuiabá. Há 15 anos movimentos de empresários, imprensa, parlamentares e autoridades do governo estadual e federal têm debatido o tema e cobrado a construção da ferrovia em Mato Grosso, cuja malha ferroviária soma 260 Km.
