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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Análise e conjuntura

'Alinhamento' salta das pesquisas para discurso de candidatos e aliados

Foto: Montagem OD

'Alinhamento' salta das pesquisas para discurso de candidatos e aliados
A máxima do marketing eleitoral conta que candidatos e aliados tentam realçar as qualidades próprias e maximizar os defeitos dos adversários. O atual momento de campanha em Cuiabá conta justamente com esta técnica. E um dos instrumentos que engrenam o movimento são pesquisas internas.


É o que foi visto no primeiro debate sexta-feira da TV Record. O termo 'alinhamento' foi várias vezes pregado na testa do candidato Lúdio Cabral (PT) pelo seu concorrente Carlos Brito (PSD). O senador Pedro Taques (PDT), aliado de Mauro Mendes (PSB), líder descendente nas pesquisas, falou no tema. Outros apoiadores de Mauro também rebateram o termo.

Candidatos participam do primeiro debate; veja cobertura completa

Na prática, Brito quis dizer ao eleitorado que é danosa a prática de um governo municipal se alinhar aos governos estadual e federal, ao se levar em conta que o governo de Mato Grosso está em débito com investimentos e política da saúde.

"Este alinhamento é que causou esta pressão negativa à população, fez a população padecer até agora. O que nos leva a acreditar que este alinhamento vá fazer algo diferente? Basta ver a saúde no Estado, esperam o paciente definhar para implantar as chamadas OSS, o Pronto Socorro está sucateado", respondeu no debate Carlos Brito após Mauro Mendes perguntar porque Cuiabá está um caos na saúde.

O termo entrou na campanha desde o início da disputa pela voz do governador Silval Barbosa (PMDB) e o próprio Lúdio. Para convencer o eleitorado da importância de eleger o petista, a campanha passou a divulgar que o governador e a presidente Dilma Rousseff (PT) investiriam mais em Cuiabá.

Pesquisa

Fonte sabatinada em campanhas eleitorais, que atua em coligação e que pede anonimato, explica a preocupação com o fenômeno do 'alinhamento' na campanha em Cuiabá. "As pesquisas internas mostram isso. Não importa quem ganhar, o partido ou a pessoa, que a Dilma ajuda do mesmo jeito. Está nas pesquisas qualitativas das campanhas", alerta.

Resume-se daí a nova empreitada eleitoral e discurso da propaganda de TV e rádio de Mauro Mendes e demais candidatos sobre o termo. Como o nome diz, 'qualitativas' são as pesquisas que sondam no eleitorado as qualidades que ele vê em políticos ou temas essenciais para a cidade..
 
Taques, Valtenir e Maggi

A chamada de atenção do profissional de campanha encontrou exemplo claro após o debate desta sexta-feira da TV Record. Além de Brito, o senador Pedro Taques tocou no assunto após o debate em reportagem ao Olhar Direto.

"Ele (governador) está devendo R$ 7,5 milhões para Cuiabá. Agora, que o prefeito pode ser do lado dele, ele vai ajudar Cuiabá?", afirma ao descontruir o discurso eleitoral. "“Pra mim isso é uma piada que se faz, ao dizer sobre alinhamento”, continua. "“Falar sobre alinhamento é contar mentira. Porque não ajudou Cuiabá até agora? Porque não era do partido dele?"

Outro aliado de Mauro Mendes, o deputado federal Valtenir Pereira (PSB), o mais votado para o cargo na eleição de
2010 também entrou na briga eleitoral. Um artigo de sua autoria foi enviado às redações na tarde de sexta-feira após o debate. Intitulado " 'Alinhamento': um discurso eleitoreiro ", o texto rebate a tática eleitoral do PT-PMDB.

"O presidente do nosso partido, Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, recebeu o título de melhor governador do Brasil por dois anos consecutivos, em 2010 e 2011. Enquanto ele era considerado o melhor do Brasil, o petista Agnelo Queiroz Filho (PT), do Distrito Federal, por exemplo, recebeu o título de “pior governador” do país no ano passado", conta Valtenir.

Para depois concluir "Pertencer ao partido da presidenta Dilma Rousseff, não foi o bastante para salvar Agnelo do pífio desempenho de sua gestão. O governador de Brasília (sic) é a prova cabal de que não passa de falácia o discurso eleitoreiro de que “alinhamento” partidário é premissa essencial de um bom governo. Não é!", rebate.

Valtenir cita casos de Mato Grosso. "Marino Franz e João Ferlin, respectivamente, prefeitos de Lucas do Rio Verde e São José dos Quatro Marcos. Enquanto Marino, pertencente ao PPS, partido não alinhado nem com o governo federal, tampouco com o estadual, é considerado um dos melhores (senão o melhor) prefeito de Mato Grosso. João Ferlin, prefeito do PT, teve uma administração desastrosa, tanto que não conseguiu criar as condições para a sua reeleição", conta.

O ex-governador e senador licenciado Blairo Maggi (PR) tratou de desmentir a artimanha da campanha do PT em Cuiabá. Nas últimas inserções diárias e no programa eleitoral o senador tocou no assunto, como ocorreu ontem e deve se repetir no fim de semana.

Ele disse que "tem bom relacionamento com a presidente Dilma e se Mauro Mendes se eleger a presidente vai ajudar Cuiabá". No jargão do marketing político, a fala de Maggi foi uma vacina para rebater o discurso de alinhamento da campanha de Lúdio.



Atualizada às 19h
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