Olhar Direto

Terça-feira, 14 de maio de 2024

Notícias | Cultura

Morte de Michael Jackson encerra "era personalista" da música pop

A morte de Michael Jackson, ocorrida na última quinta-feira (25), é tida como um divisor de águas pelo jornal "Los Angeles Times". Segundo a publicação, a essência de um "pop star" era definida pela caricatura que se baseava nas roupas. "E nós adorávamos isso", afirma o texto.


Sapatos pretos, meias brancas até os tornozelos, broches com imitação de diamante, jaquetas militares curtas e chapéus estilo "fedora" foram as características impressas por Michael Jackson --e todas as pessoas comuns tinham esse tipo de peças no armário. Sua morte, de acordo com o texto, marca o fim de uma época, quando um cantor pop de estilo individual pode deixar uma impressão sobre a massa crítica de uma geração.

Alan Greth/AP

Sapatos pretos, meias brancas até os tornozelos, jaquetas militares curtas foram características de Michael

Junto a Michael na "era personalista" da música figuram também nomes como David Bowie, Madonna e Boy George, cujos visuais eram tão distintos que poderiam ser notados em qualquer lugar.

"Michael Jackson foi algo simples, que todos poderiam imitar, e isso se transformou em uma assinatura de estilo", afirma Keanan Duffty, músico radicado em Nova York que virou estilista de roupas masculinas. Duffty também é coautor do livro "Rebel, Rebel: Anti-Style". "Ele era um gênio do estilo, dos pormenores, porque qualquer criança da Índia, do Reino Unido ou de Bali poderia colocar uma luva branca e imitar Michael Jackson."

Jim Moore, diretor de criação da revista de moda "GQ", concorda. "Ele tinha um uniforme. Quando eu penso nele, logo relaciono a um casaco de couro com as mangas altas que assistimos nas passarelas por algumas temporadas, as meias brancas e sapatos que foram uma homenagem a James Dean. Designers estão sempre fazendo referência a ele."

"No começo dos anos 1970 até os 1980, se você fosse um 'pop star', você cultivava um visual", afirma Harold Koda, cocurador do Instituto de Roupas do Museu de Arte Metropolitano de nova York, que organizou a exposição "Rock Style", exibida em 1999. "Um artista era baseado pela criação de uma caricatura, que era definida pelas roupas", observa.

E, para os fãs, era um legado de improvisos: o estilo não podia ser comprado na prateleira. Por isso, foi um elemento de fantasia que tornou ainda mais atraente.

O que mudou na década de 1990, de acordo com o jornal, foi a cooptação da música pop pela indústria da moda, com o aumento das linhas de vestuário de celebridades --e as celebridades estilistas. Outra razão é a que o estilo "pop star" não é tão potente atualmente, devido ao grande número de celebridades e imagens das imagens projetadas delas --a partir de TV, cinema, internet e música. Atualmente, o cardápio de opções e influências para se vestir é variado.

Como Jackson teria se saído nisso é uma dúvida que permanece.

"Isso é o que Michael Jackson estava enfrentando com essa nova turnê", diz Arianne Phillips, estilista e designer de roupas que ajuda Madonna a se vestir. "Há uma rotação rápida e constante reinvenção das estrelas pop. Hoje, é raro quando um artista abraça um visual e trabalhe com isso constantemente."
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet