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Domingo, 05 de maio de 2024

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Famílias vítimas de violências pressionam por um trânsito melhor em Mato Grosso

Foto: Max Aguiar - OD

Famílias vítimas de violências pressionam por um trânsito melhor em Mato Grosso
“A vida é tratada com futilidade por pessoas que pensam ser mais que outras porque tem um carro melhor ou porque não medem o tamanho da irresponsabilidade que é beber e dirigir”, com essas palavras o presidente da Associação das Famílias Vítimas de Violência, Heitor Reis desabafou sobre os números altíssimos por conta da violência no trânsito.


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Hoje são registrados mais de 20 acidentes por período. Na maioria das vezes, a vítima está em motocicleta e não possuem permissão para pilotar ou dirigir. Em um acidente de trânsito, onde um dos envolvidos estava com os ânimos alterados, Heitor Perdeu filho.

“Meu filho estava estudando em São Paulo quando voltava pra casa se envolveu num acidente. Bateu em outro carro e o motorista já reagiu exaltado e atirou contra meu filho. Isso foi em 2008 e não vai ter um dia que eu vou deixar de pensar em meu filho. Violência gera violência, temos que pregar essa frase sempre”, disse Heitor.



Além de Heitor, outra história que comove todos que param para saber o porquê do semblante triste é a estudante de direito Rosinéia Guimarães, que perdeu seus únicos dois filhos em frente sua casa em Poconé.

“Meus filhos estavam parados em uma moto na frente de casa, quando veio um motorista bêbado, perdeu o controle do carro e bateu na moto matando na hora meus dois filhos. Ao invés de prestar ajuda, o cara fugiu e até hoje está solto. Sofro muito, muito mesmo. Eu faço direito pra ajudar os pobres, porque sempre quis saber o andamento do processo e fui impedida e vou me formar para ver o autor da morte de meus filhos na cadeia, por crime de trânsito. Porque em minha opinião, quem bebe e dirige é criminoso”, contou Rosineia, que mudou de Poconé, por não suportar ver o autor do acidente andando pelas ruas como se não tivesse cometido nenhum crime fatal.

Um dos filhos de Rosineia tinha 25 anos e o outro 19. Segundo o que a mãe contou o motorista ao bater na moto estava correndo há mais de 130 km/h. O processo está correndo na Comarca de Poconé, mas ainda sem data para julgamento.

Moradores que vivem próximo a pontos onde acidentes são constantes, já fizeram abaixo assinado pedindo para a Prefeitura de Cuiabá colocar lombadas próximas a cruzamentos, semáforos em pontos críticos, mas nada foi feito.

Para a Polícia Militar já foi denunciado alguns motociclistas e motoristas que saem de postos de combustíveis após ter ingerido bebida alcoólica e causarem acidentes ou dirigirem e pilotarem em alta velocidade.


Rosineia Guimarães, carregando a foto dos filhos atropelados em Poconé

“A região mais afetada é a Avenida Mato Grosso e a Avenida Rubens de Mendonça (CPA), que são cercadas de escolas, hotéis, residências e hospitais. Durante a madrugada, muitos ficam estacionados e bebendo nos postos e quando vão sair fazem barulho, estardalhaço, acordam todos com o barulho alto dos escapamentos das motos. Eles esqueceram que aqui existem hospitais e é proibido buzinar, imagina fazer um barulho desses. E o que mais me deixa com uma interrogação na mente é sobre a presença. Todos sabem onde acontecem isso e ninguém faz nada. Toda noite é a mesma coisa”, contou o administrador Marcelo Medina, que reside na Avenida Mato Grosso há mais de 20 anos.

Depois do Tocantins, Mato Grosso é o segundo estado mais violento no Brasil. Para Heitor Reis, a melhor medida pra isso é a educação no trânsito. “Além disso, o poder público deveria propor uma legislação mais rígida a respeito da venda de bebidas alcoólicas e ensinar crianças a cobrarem seus pais sobre os atos no trânsito”.

Thiago França, secretário adjunto de trânsito de Cuiabá, mostrou em números a realidade do trânsito. Mato Grosso é o segundo estado no mapa da violência no trânsito e os dados mostram que morrem mais pessoas no trânsito do que por homicídio. Só em 2013 mais de 200 pessoas já perderam a vida por acidente de trânsito somente na capital.



O secretário falou ainda do reflexo da violência no trânsito na saúde. Ele explicou que o trânsito é a segunda maior causa de gastos na saúde. “São destinados mais de R$ 30 bilhões de todo ano com vítimas em unidades hospitalares vítimas do trânsito violento”, contou.

Veneranda Acosta, presidente do sindicato dos trabalhadores do Detran-MT exige em todas suas palestras, entrevistas e defesas que os recursos capturados pelo Departamento de Transito de Mato Grosso sejam transferidos para a educação e segurança do trânsito. “Hoje nada é feito pelos acidentes de trânsito. Até quando vamos ver isso e não vamos falar nada? Acidentes criminosos tem que tratar quem cometeu como criminoso e não julga-lo como crime culposo. Acidentes com vítimas fatais, sendo que em algum caso houve irresponsabilidade, não é hediondo e sim criminoso”, exaltou a sindicalista.

De acordo com dados da Delegacia de Trânsito, somente na Grande Cuiabá em 2012 foram regsitrados mais de 2 mil pessoas morreram. Neste ano, de janeiro até setembro mais de três mil pessoas se acidentaram. Para tentar diminuir esses números, a Avenida Mato Grosso está entre uma das vias de Cuiabá que está em estudo para receber o radar eletrônico, de acordo com a Prefeitura de Cuiabá. 


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