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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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após confronto

Chineses das etnias rivais vão às ruas

Grupos das etnias han, majoritária, e uigur, minoritária, voltaram às ruas nesta terça-feira em grandes protestos marcados por violência em Urumqi, capital da Província Xinjiang.

Grupos das etnias han, majoritária, e uigur, minoritária, voltaram às ruas nesta terça-feira em grandes protestos marcados por violência em Urumqi, capital da Província Xinjiang (noroeste da China), dois dias depois da cidade ser palco de um confronto entre manifestantes uigures e a polícia que deixou 156 mortos e mais de mil feridos, segundo números oficiais.


O temor de mais violência e mortes levou o governo local a decretar toque de recolher válido das 21h às 8h na região.

A etnia uigur está sob controle chinês desde 1955, quando foi fundada região autônoma de Xinjiang. Desde então são relatados choques entre os islâmicos e o governo, movimentos armados pró-independência, ataques terroristas e mortes de civis na área. Nada, contudo, como a violência que se viu nos últimos dias, classificada pelo governo como os piores distúrbios desde 1949.

Membros da etnia muçulmana uigur, que são minoria na China, mas representam a maior parte da população da capital de Xinjiang, atacaram pessoas perto da estação de trem de Urumqi.

Em outra parte da cidade, mulheres com lenços na cabeça também foram às ruas protestar contra a prisão de seus filhos e maridos. Segundo go governo chinês, mais de 1.400 pessoas foram presas pelos protestos, pelos quais Pequim culpa separatistas exilados.

Também nesta terça-feira, um grupo de cerca de mil jovens da etnia han levavam pedaços de pau na mão e gritavam "Defenda o país" pelas ruas em um protesto que visava a vizinhança uigur da capital regional. A agência France Presse fala em cerca de 10 mil manifestantes da etnia han com armas improvisadas --como pedaços de pau, correntes e facas.

A polícia, contudo, bloqueou o acesso para a área da cidade onde vivem os uigures muçulmanos e lançaram gás lacrimogêneo para conter os manifestantes.

"Os uigures vieram a nossa região para quebrar coisas e agora nós vamos atacá-los", afirmou à France Presse um dos manifestantes da etnia han.

Mesquita

Segundo a agência Efe, um grupo de chineses da etnia han tentou entrar à força na mesquita de Hantengri, no centro de Urumqi, a fim de atacar uigures refugiados no local.

A mesquita, próxima ao hotel onde estão hospedados os jornalistas estrangeiros que cobrem o conflito, estava isolada pelos soldados, mas alguns chineses han, armados com paus, tentaram entrar várias vezes no templo, sem sucesso, por enquanto.

Alguns deles disseram à agência Efe que não há outra saída que fazer justiça com as próprias mãos, já que "o governo não pode fazer nada contra os uigures, por medo da comunidade internacional".

Segundo eles, os uigures atacaram comércios dos han em dias anteriores e não são oriundos da cidade, mas procedentes de outras zonas da região de Xinjiang, como Kashgar e Yili, que, em anos anteriores, também registraram incidentes violentos.

À margem destes grupos, a cidade está tranquila, sem automóveis pelas ruas, enquanto praticamente todos os uigures estão trancados em casa, por medo de represálias.

Protestos

O secretário do Partido Comunista da China (PCCh) na região de Xinjiang, Wang Lequan, informou em discurso televisionado sobre a medida, que proibirá os cidadãos de sair às ruas das 21h às 8h, para, como disse, "evitar um aumento do caos" na cidade que tem 2 milhões de habitantes.

Leguan pediu calma às duas comunidades em conflito, os hans, etnia majoritária na China, e os uigures, principal comunidade muçulmana em Xinjiang.

No domingo passado (5), a repressão dos protestos de uigures resultou na morte de 156 pessoas e deixou mil feridos, segundo dados oficiais. O protesto começou pacificamente com um grupo de entre 1.000 e 3.000 manifestantes da minoria muçulmana uigur em Urumqi. Os manifestantes criticavam a morte de dois uigures em uma fábrica de brinquedos do sul do país, após eles terem sido linchados, e a discriminação por parte da etnia han.

A manifestação, contudo, rapidamente se tornou um confronto de civis contra policiais e militares, que deixou ainda 828 feridos na Província --o pior confronto do tipo em anos no país.

O governo deu poucas explicações sobre a violência dos confrontos e não citou quem são as 156 vítimas dos distúrbios. Eles acusam uma empresária uigur, uma das líderes do movimento separatista da região, de incitar os distúrbios com ligações telefônicas e propaganda em sites.
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