A paixão pelo carnaval está presente na vida de Veronice de Abreu desde que ela, ainda menina, via a mãe desfilar como passista em uma escola de samba de Porto Alegre, onde nasceu. O tempo passou, a menina cresceu, desfilou algumas vezes em sua terra natal, mas o sonho de pisar no carnaval carioca só iria se realizar mais tarde. E, curiosamente, apenas depois de ela trocar o Brasil pela Europa.

“Com 23 anos conheci um suíço, me casei e fui morar com ele na Suíça”, conta ela, atualmente com 30 anos. No novo continente, sem emprego e sem conhecer alguém que pudesse lhe arrumar trabalho, Veronice decidiu se inscrever em um concurso de miss. “Como tinha visto de moradora, podia me inscrever mesmo sendo estrangeira”, diz a morena, que acabou ganhou o concurso e virou Miss Genebra.

Dalí em diante, ela foi conhecendo pessoas e começou a fazer shows de samba com a única fantasia que tinha levado na mala - e que, a princípio, serviria para enfeitar sua sala.

A coisa deu tão certo que Veronice montou uma companhia de dança brasileira, a Miss samba show, e mais tarde um instituto de cultura brasileira em Genebra. E foi em uma das viagens para se apresentar no carnaval de Nothing Hill, em Londres, que ela foi convidada para ser rainha de bateria da Alegria da Zona Sul, escola de grupo de acesso do Rio de Janeiro, e musa da União da Ilha, do grupo especial.

“Conheci um dirigente da Alegria que fez o convite e topei na hora. Sempre foi meu maior sonho desfilar no Rio. Ser rainha e musa então... É muita emoção!”, comemora ela, que chegou ao Brasil em dezembro passado e agora corre para terminar as fantasias.

“Estou gastando horrores, mas vai valer a pena. Tenho ido até ao Mercadão de Madureira (centro de comércio popular do Rio) para tentar baratear o custo. O Ari Mesquita vai fazer minha roupa de musa e o Guilherme Alves a roupa de rainha. As duas já estão em torno de R$ 50 mil”, revela ela, garantindo que depois trabalha na Europa para pagar dívidas.