O Legislativo cuiabano vem expressando indignação na Câmara Municipal de Cuiabá, pela imagem depreciativa em que se encontra as Casa de Leis, diante das polêmicas que cerca o vereador Ralf Leite (PRTB).
Primeiro foi o flagrante com um travesti de 17 anos, que o levou para a prisão, no dia seis de fevereiro. Depois, a acusação de estar envolvido em caso no Lago Manso. Agora, a acusação de ter espancado a ex-namorada, Cristina Biezus Gentil (19), no dia cinco de julho, que chegou a originar em inquérito policial por tentativa de homicídio foi o estopim para os parlamentares que já declararam ser favoráveis a cassação do vereador.
Como forma de protesto pela agressão contra mulheres, a vereadora Lueci Ramos (PSDB), saiu em defesa pela ala feminina e teceu duras críticas contra Ralf, alegando a falta de responsabilidade para pertencer ao parlamento. “O que está faltando é a maturidade para que Ralf possa exercer o mandato. Eu acho que já estamos indo longe demais com esses assuntos e temos que dar um fim logo nesses casos”, declarou.
Ela, que é a única mulher no parlamento já se manifestou favorável a cassação. A estimativa é que 80% dos 19 vereadores votem pela perda do mandato de Ralf, quem tem 25 anos de idade. Acompanha Lueci, o ex-presidenta da Mesa Diretora, Lutero Ponce (PMDB), acusado de desviar mais de R$ 7,5 milhões em fraudes de licitações, durante sua gestão em 2007/2008.
Os componentes da Comissão de Ética, Everton Pop (PP), Domingos Sávio (PMDB) e Adevair Cabral (PDT), que apuram a perda do mandato por quebra de decoro no caso do relacionamento com travesti, querem Ralf Leite distante da Câmara.
Até mesmo o colega de partido, professor Néviton Fagundes (PRTB), diz ser inaceitável continuar com a situação e demonstrou indignação com os principais assuntos que permeiam o Plenário nos últimos seis meses. Com o mesmo entendimento está o presidente da Casa de Leis, Decimar Silva (PP), Washington Barbosa (PRB), Toninho de Souza (PDT), Lúdio Cabral e Francisco Vuolo (PR).
Já os vereadores do PSDB, Paulo Borges Junior, Antônio Fernandes e Roosivelt Coelho vão fechar pela perda do mandato por quebra de decoro. Júlio Pinheiro (PTB), que substitui o vereador Clovito Hugueney, licenciado por problemas de saúde, também manifestou ser favorável contra o mandato de Ralf. Já o vereador Ivan Evangelista (PPS), protocolou pedido de afastamento de 10 dias da Câmara, e não vai participar da votação.
Contrários
Apesar da situação, os vereadores Levi Levi (PP) e Francisco Amorim, o Chico 2000 (PR) demonstram ser contrários a cassação de Ralf. Eles avaliam que é necessário ter cautela na hora do voto e afirmam que ainda avaliam a questão.
Votação
Nesta terça-feira (14), durante sessão Plenária, será colocado em pauta os critérios de votação para no processo que Ralf Leite responde por quebra de decoro e os parlamentares vão decidir se o voto será aberto ou fechado.Além disso, a decisão a ser tomada previamente é se a perda de mandato será definida pela maioria absoluta dos vereadores (10 votos) ou por dois terços dos vereadores (13 votos), sendo que o legislativo é constituído por 19 parlamentares.
