Uma equipe do ‘Plantão Integrado’ da Assistência Social de Cuiabá foi barrada na entrada do Fifa Fan Fest de Cuiabá e a situação foi denunciada ao Ministério Público Estadual (MPE). O episódio aconteceu no último final de semana, durante o jogo do Brasil e Chile, quando o evento registrou um público de quase 40 mil pessoas. Inconformado com o impedimento, o Secretário de Assistência Social de Cuiabá, José Rodrigues Rocha Junior, procurou o MPE para registrar a queixa. Durante a Copa do Mundo em Cuiabá a equipe registrou 33 casos, dentre eles estão o abandono de incapaz, uso de drogas e consumo de bebidas alcoólicas por adolescente, além do trabalho infantil.

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A diretora de Gestão e Políticas Sociais da Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, Cristiane Almeida da Silva, confirmou o episódio e relatou que depois da queixa feita pelo o secretário no MPE, a entrada do grupo foi liberada no evento seguinte. O trabalho da equipe foi encerrado na  terça-feira (1) e contou com a parceria de órgãos como o juizado da infância e Juventude Cuiabá, Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, Tutelares e outros.

Todas as 33 ocorrências foram registradas tanto no entorno quando no interior da Fifa Fan Fest e Arena Pantanal e envolveram crianças entre cinco a 11 anos e adolescentes de até 16 anos de idade. O registro de venda de produtos como picolés, bebidas alcoólicas feitas por crianças nas redondezas do estágio foi, por várias vezes, flagrada pela equipe plantonista.

Dentre uma das ocorrências registrada no interior do Fifa Fan Fest está a de um adolescente que ingeriu uma grande quantidade de bebida alcoólica e precisou ser encaminhado para o Pronto-Socorro de Cuiabá. O consumo de entorpecentes por jovens também consta do relatório confeccionado pela equipe do plantão integrado.

Muitos dos adolescentes que atuavam no comércio de venda de picolés, por exemplo, chegaram a questionar os plantonistas sobre a “ilegalidade” de sua atividade. “Vocês querem que eu roube?”, protestavam os adolescentes. Segundo a diretora de gestão da secretaria, em todas as situações a criança ou o adolescente é atendido por uma equipe especializada.

“Analisamos a situação familiar, questões financeira, culturais, e se for o caso de adolescentes acima de 14 anos são inseridos em um curso de qualificação profissional e encaminhamento para um estágio de menor aprendiz”, explica.
O plantão integrado foi criado para prevenir e combater a violência contra crianças, tanto sexual, de exploração quanto em casos de embriaguez de adolescentes.