As Polícias Federal e Civil instauram novos procedimentos para buscar a identificação de criminosos que fomentaram a ocupação - pela segunda vez - da Serra do Caldeirão, na cidade de Pontes e Lacerda (441 km de Cuiabá). A estimativa do delegado Regional de Pontes e Lacerda, Vítor Chab, é de que 70% dos novos invasores “sejam criminosos”. Levantamento das forças de segurança aponta que cerca de 4,5 mil pessoas se arriscavam para exploração, sem a devida autorização.
Leia Mais:
Cerca de 500 policiais, exército e profissionais do meio ambiente serão mobilizados em desocupação de garimpo
A área de exploração, que ficou conhecida nacionalmente pela coleta de grandes quantidades de ouro, foi palco de duas desocupações em um espaço inferior há 90 dias, por determinação da Justiça Federal. As operações resultaram na prisão de 59 pessoas, além da apreensão de sete armas de fogo, quase um quilo de ouro e ainda 11 veículos, além de maquinário.
“A primeira fase da ação contava com muitos exploradores sem conhecimento e que se aventuravam pela região. Na segunda fase, percebemos que criminosos migraram de outros estados, dominaram os ‘buracos’ , agentes públicos estavam envolvidos”, declarou. Ele pontuou que o aparato empregado para exploração – com aquisição de maquinário pesado e armamento evidenciam a existência de grupos destinados a finalidade.
“Nós buscamos identificar quem são essas pessoas. E os levantamentos sobre como se deu o processo de fomento está em andamento”, garantiu o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Daniel Couraça. Até o momento, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), dez pessoas - incluindo policiais civis e militares - foram denunciados por crimes ambientais e pela extração ilegal de minérios.
O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Fábio Galindo, detalhou em coletiva à imprensa, hoje, que uma grande estrutura operacional – agregando todas as forças de segurança – foi montada para garantir a retirada pacífica dos exploradores. “Empregamos um novo modelo de formatação de trabalho, interagências”. Para ele, o diálogo e um desenho detalhado de como cada fase do processo ocorreria resultou na desocupação pacífica.
“Importante dizer que não há prazo estipulado de permanência das forças naquela região. O que vai nos ditar é a necessidade”, asseverou. A partir desta data, o Exército toma conta da região. "São 125 homens empregados para essa finalidade e que irão auxiliar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também", explicou o general José Carlos Avelar, comandante da 13º Brigada de Infantaria Motorizada.
Entenda:
No dia 13 de outubro de 2015, o Ministério Público Federal em Cáceres ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para cessar qualquer atividade de extração mineral e a imediata saída dos ocupantes no garimpo ilegal. No dia 10 de novembro passado foi realizada operação para retirada total dos garimpeiros, que após alguns dias, migraram para uma nova área próxima à Serra da Borda. O ápice da ocupação foi registrada entre os meses de setembro e outubro de 2015, quando mais de 8 mil pessoas disputaram espaço na serra em uma verdadeira corrida pelo ouro.
