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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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Truculência policial

Vereador nega 'carteirada" e afirma ter sofrido 'chave de braço', joelhada e 'gravata' por filmar abordagem policial

Foto: Da Assessoria

Vereador nega 'carteirada
Depois de ter sido preso por filmar uma abordagem agressiva de policiais militares, o vereador Faissal Calil negou ter usado seu cargo para dar “carteirada” durante a ação das autoridades. Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira, 02, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), ele disse ter se identificado apenas como advogado, e pedido para falar com sua irmã, que havia sido detida após, supostamente, ter discutido com os policiais.


Agredido por mais de dois policiais com golpes de chave de braço, “gravata” e joelhada nas costas, ele teria pedido por calma, mas foi respondido com truculência e resolveu filmar a situação, fato que desencadeou o ataque.

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“Diante da grosseria que responderam, resolvi filmar, porque isso não está certo. A partir daí, partiram pra cima de mim e me deram vários golpes. Em um momento achei que fosse morrer, porque estava sem ar, preso em uma ‘gravata’. Eu pedia calma aos policiais a todo hora, dizia que não isso não era necessário. Todos que passavam pela rua viram e se espantaram com tanta violência gratuita. Os cidadãos que filmaram ou tentaram filmar também foram agredidos e ameaçados”, contou.

De acordo com ele, há gravações que comprovam o relato e que todos os abusos foram motivados pelo uso de celulares. A primeira vítima, sua irmã Paula Calil, tentava mediar uma autuação ao funcionário de sua farmácia, que estava com viseira de capacete levantada. Segundo o vereador, ao atender uma ligação do próprio filho, os policiais acreditaram que ela poderia estar ligando para um superior, agredindo-a e colocando-a no camburão.

A atendente do estabelecimento da família tentou filmar a intervenção exagerada, mas também sofreu violência e acabou detida pelos policiais, que pediram reforços para a situação.

Faissal afirmou ainda que chegou ao local após ser avisado por sua mãe de que a irmã teria sido presa. Foi na ocasião que ele pediu para conversar com ela e disse ser advogado. No relato dos policiais foi afirmado que eles se sentiram intimidados pelo tamanho do vereador e que por isso o agrediram.

Além dele, as mulheres, com arranhões no pescoço e nos braços, também foram encaminhadas ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) Planalto. Elas passarão hoje, 02, por exame de corpo de delito que constatará o crime de lesão corporal.

Com relação à forma com qual se identificou, Faissal afirma ter dito apenas que era advogado. “Não me identifico como vereador, não gosto. Sou advogado, apenas estou como vereador e só até esse ano.”
O conselheiro da OAB-MT, Luiz Penha, ressaltou a importância da Polícia Militar, mas repudiou a ação, considerada por ele como ’isolada’. Garantiu ainda que a situação será levada adiante no que for pertinente a Ordem.

“Já fomos incumbidos pelo presidente Leonardo Campos a tomar tomas as medidas possíveis em nome da Ordem e em favor de Faissal. Nosso posicionamento é direcionado aos profissionais despreparados que impediram um advogado de exercer sua profissão, não a Polícia Militar como um todo. Sabemos que em todos os âmbitos há bons e maus profissionais, assim como no nosso.”

O vereador também enalteceu a PM, e disse ter sido sempre bem atendido nos momentos em que precisou de auxílio, alegando não sentir raiva e saber que o erro cometido destina-se apenas a alguns policiais.

O Advogado que conduzirá o caso, Maurício Magalhães, falou sobre as irregularidades que circundam a prisão e disse que mesmo o delegado responsável, Rogério Ferreira, considerou o ato como excessivo, não registrando Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Para ele, o uso de força e de algemas nos suspeitos foi completamente desnecessário, apontando para um grande despreparo dos profissionais.

Até agora apenas dois policiais foram identificados. “A truculência é reflexo do medo. Por que a situação não poderia ser filmada? Por que os responsáveis não poderiam ser identificados? É notável que todo o problema girou em torno do uso de celulares. Um dos PMs alegou desobediência, pois teria mandado que não gravassem e não foi atendido. Entretanto, não há nenhuma lei que proíba isso”, completou Penha. 
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