Olhar Direto

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Notícias | Política MT

Arapongagem

Fantástico revela grampos ilegais operados contra deputada, jornalista, médicos e empresários em MT

Fantástico revela grampos ilegais operados contra deputada, jornalista, médicos e empresários em MT
Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou na noite deste domingo (14) que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime nenhum no Estado. A matéria destaca como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”, dentre medicos, empresários, funcionários públicos etc.


Leia também:
Jarbas pede investigação sobre grampos, mas defende a Policia Militar
 
O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico. Em entrevista ao dominical, o ex-secretário Paulo Taques afirmou que seu desligamento da Casa Civil, confimado na última quinta-feira, não tem relação com o fato. O promotor Mauro Zaque, ex-secretário de Segurança da gestão Taques, revelou que informou ao governador sobre os grampos. O chefe do Executivo, no entanto, garantiu que não sabia de nada e informou que o protocolo apresentado por Zaque não corresponde ao assunto.
  
Barriga de aluguel
 
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas emu ma apuração sobre tráfico de drogas.
 
O advogado José do Patrocínio só soube dos grampos pela reportagem do Fantástico. Ele se disse perplexo e afirmou que o monitoramento deve ser uma retalição ao seu trabalho como advogado eleitoral. Já Muvuca afirma crer que o jornalismo que pratica motivou as gravações ilegais. Janaína Riva declarou que já suspeitava de algo dessa natureza e criticou o grampo. “Estão perdendo tempo ao invés de ouvir as pessoas que estão cometendo crimes de verdade”

O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso afirmou que se houve fraude, ela não partiu do Judiciário.

CPI
  
A deputada Janaina Riva se manifestou após a publicaçāo da material e afirmou que irá na próxima terça-feira a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a deúncia. Além da CPI, a Deputada Janaina Riva apresentará pedido de investigação criminal à Procuradoria Geral da República e ao Conselho Nacional de Justiça.
 
Outro lado
 
O governador Pedro Taques (PSDB) convocou coletiva de imprensa na última sexta-feira (12) após ter sido procurado pela equide do Fantástico e afirmou que nunca teve conhecimento e nunca ordenou grampos contra políticos, advogados e jornalistas. De acordo com ele, a denúncia feita pelo promotor Mauro Zaque, ex-secretário de Segurança, a Procuradoria Geral da República (PGR) foi baseada em um documento fraudado. No entanto, ele deixou em aberto a possibilidade de os crimes terem ocorrido e apoia investigação.
 
Na versão do governador, Mauro Zaque disse ao Ministério Público que soube pelo coronel Zaqueu, ex-comandante geral da Polícia Militar, que o governador tinha conhecimento do suposto esquema de grampos. Mauro Zaque também fundamentaria a ciência de Taques porque ele mesmo teria informado o governador através de um ofício. Contudo, esse documento seria fraudado.

Ainda segundo o governador, em 8 de outubro de 2015, Mauro Zaque o comunicou sobre um suposto esquemas de grampos, e, como o fato não competia a ser investigado pelo chefe do Executivo, ele o repassou ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), através do então secretário-executivo de Segurança Pública, Fabio Galindo. O Gaeco então arquivou por falta de provas a denúncia após algumas investigações.

Ele ainda conta que um segundo protocolo teria sido feito por Mauro Zaque no dia 14, em qual vários documentos adicionais com provas. Com base nisso, o promotor teria encaminhado a denúncia PGR alegando que o governador tomou ciência de fatos graves, mas não tomou nenhuma providência.

Contudo, Pedro Taques afirma que nunca teve acesso a esse ofício e que o documento é uma fraude. “Fomos levantar nos arquivos do Palácio. Esse protocolo tem um número único quando ele é protocolado. Esse protocolo entrou na Casa Civil e não teve nenhuma circulação, nem física, nem magnética. Se vocês entrarem no site, vocês fazem o acompanhamento através do número do protocolo. Aí batemos no site, como qualquer um pode ter acesso. O número do protocolo que o Mauro Zaque diz que protocolou é 542635 de 2015, dia 14/10/2015, às 10h e 26 minutos. Mas esse número é de um processo da Sinfra que nada tem a ver”, detalhou Pedro Taques.
 
A versão de Jarbas
 
O secretário de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso, Rogers Elizandro Jarbas, se manifestou no sábado (13) defendendo os profissionais da Polícia Militar do Estado. Ele alega que se houve atuação da PM na ilegalidade, ela “não partiu da instituição, mas de pessoas que desviaram sua conduta”.
 
“Os fatos noticiados na imprensa nos últimos dias acerca de supostas ilegalidades em interceptações telefônicas efetivadas pelo setor de inteligência da Polícia Militar são extremamente graves e merecem cabal apuração, o que já foi determinado pelo Governo do Estado”, inicia Jarbas.

Adiante, defende a instituição da PM de Mato Grosso e sua história. “A Polícia Militar de Mato Grosso é uma instituição centenária, séria e que construiu sua historia a partir de relevantes serviços prestados a sociedade mato-grossense. Seus profissionais são, na maioria quase absoluta, de caráter ilibado, homens e mulheres de valor moral incontestável, que colocam suas vidas em risco todos os dias para proteger pessoas de bem”.

Por fim, ainda que admita a possibilidade da realização dos grampos ilegais, o secretário se diz convicto de se tratar de um ato isolado. “Se houve alguma ilegalidade, ela não partiu da instituição, mas de pessoas que desviaram sua conduta, as quais, se comprovadas, serão responsabilizadas a luz da legislação vigente e de acordo com as regras constitucionais. Reafirmo meu respeito e admiração a Polícia Militar de Mato Grosso e seus mais de oito mil profissionais. Acredito, e muito, nas forças de segurança (PM, PJC, CBM, Politec e Detran) e no sistema de inteligencia de meu amado estado, cada vez mais tecnicos e eficientes, que não mediram e nunca medirão esforços para salvaguardar nossa gente”.

Atualizada às 21h41.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet