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Sábado, 20 de abril de 2024

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Grampos

Ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques é preso preventivamente

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques é preso preventivamente
14h28 - O ex-secretário da Casa Civil já chegou ao Fórum de Cuiabá, onde passará por audiência de custódia. Ele chegou ao local sem o uso de algemas. 


13h20 - O ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, foi preso preventivamente, na manhã desta sexta-feira (04). A decisão partiu do desembargador Orlando Perri de Almeida, que comanda as investigações no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

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A informação foi confirmada ao Olhar Direto pela assessoria de imprensa de Paulo. A prisão foi cumprida pelo delegado Juliano Silva de Carvalho, responsável por apresentar a recomendação acatada por Perri.

O ex-chefe da Casa Civil encontra-se na Polinter. Paulo é suspeito de participar do esquema de grampos ilegais operado no Estado, por policiais militares, por meio da estratégia “barriga de aluguel”.

Como é de praxe, Taques ainda passará por audiência de custódia, perante Juízo da Décima Primeira Vara Criminal da Capital, a ser realizada pelo juiz Marcos Faleiros.
 
“Delego, ainda, ao magistrado Geraldo Fernandes Fidélis Neto, juiz da Vara de Execuções Penais da Capital e Corregedor das unidades prisionais de Cuiabá, os poderes necessários para fazer valer a presente decisão, a fim de que o representado cumpra prisão preventiva no local indicado (Centro de Custódia da Capital)”, diz Perri em trecho da decisão.
 
Como trata-se da prisão de um advogado, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso, precisa ser comunicada. 

Denúncia de grampos e saída do governo
 
Paulo Taques deixou o cargo de chefe da Casa Civil em 11 de maio de 2017, quando já se ventilava a informação de que o programa Fantástico, da Rede Globo, estava em Cuiabá para fazer uma matéria, que veio a ser publicada três dias depois, sobre o esquema de grampos ilegais operados por PMs em Mato Grosso. Paulo Taques sempre afirmou que já havia pedido para sair do governo e que a proximidade das datas era mera coincidência.

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Paulo estava no cargo desde o início do governo, em janeiro de 2015, e anunciou na ocasião que voltaria a se dedicar à sua atividade profissional na advocacia, inclusive reassumindo o papel de advogado pessoal do governador Pedro Taques (PSDB). Paulo Taques foi coordenador jurídico da coligação ‘Coragem e Atitude Para Mudar’, liderada por PSDB, PDT e PSB, em 2014, que elegeu o seu primo para a chefia do Poder Executivo, no primeiro turno.

Oficialmente, o Paiaguás anunciou na ocasião que Paulo havia concluído sua missão no governo, de organizar as rotinas e articulação internas e criar canais permanentes de amplo diálogo do Executivo Estadual com os demais poderes e a sociedade.
 
A reportagem do Fantástico do dia 14 de maio revelou que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime nenhum no Estado. A matéria destaca como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”, dentre medicos, empresários, funcionários públicos etc.
 
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados para serem monitorados irregularmente. Fantástico voltou a trazer matéria sobre os grampos em 23 de julho, apontando informações trazidas por Mauro Zaque, ex-secretário de Segurança Pública do Estado e promotor de Justiça, autor da denúncia sobre os grampos.
 
Última entrevista antes da prisão
 
Há três semanas, Paulo Taques concedeu sua última entrevista antes de ser preso. Ao Olhar Direto, declarou que temia ser vítima daquilo que considerava uma prisão ilegal. “Tenho convicção que estão tramando contra mim, em manobras obscuras, para atingir politicamente o governador", declarou. 

O advogado citou na ocasião como exemplo de “elemento claro da armação contra ele” o episódio sobre a invasão do comitê de campanha de Otaviano Pivetta, no ano passado, em Lucas do Rio Verde. O escritório de Taques prestou consultoria eleitoral para Pivetta em 2016 e os advogados montaram sua base em um hotel da cidade, mas descobriram que policiais teriam invadido o local sem autorização (entenda o caso aqui). 



Paulo disse que descobriu uma “inversão” dos fatos, uma vez que se considera vítima de espionagem naquela ocasião, mas soube que as imagens feitas pelos policias em 2016 agora estariam sendo usadas contra ele, nas atuais investigações sobre os grampos ilegais.
 
Taques revelou na ocasião que redigiu petição na qual detalhava o que aconteceu em Lucas do Rio Verde, solicitava novamente informações sobre as investigações e pedia providências sobre o que classificava como “trama covarde”. A petição assinada pelo advogado foi entregue a autoridades como desembargador Orlando Perri e o chefe do Ministério Público, Mauro Curvo (veja a íntegra da petição aqui).


Atualizada às 13h20.
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