O médico Aritony Alencar, que estava no Jeep Compass com sua esposa, a médica Letícia Bortolini, 35 anos, na noite do último sábado (14), quando ela atropelou e matou o verdureiro Francisco Lucio Maia, 48 anos, na avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, compareceu na tarde desta terça-feira (17) na Delegacia de Delitos de Trânsito para depor. Ao final, o médico e seus advogados foram confrontados pelas filhas da vítima, que o chamaram de assassino.

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O médico chegou à delegacia por volta das 13h40 com seu advogado, que disse que não irá falar sobre o ocorrido. O médico foi interrogado pelo delegado Christian Cabral, titular da unidade. A esposa dele, a médica Letícia Bortolini, se reservou ao direito de ficar calada e não prestará depoimento na delegacia.

A filha do verdureiro, Francimara Silva, também esteve na delegacia para aguardar o final do depoimento.



A filha de Francisco revelou sentir-se "impotente" diante os fatos. "Nós estamos totalmente frustradas, a gente está se sentindo incapaz, não tem uma palavra certa para a gente falar porque eles estão todos bem aí, todo mundo alegre, todo mundo vivendo normal, enquanto meu pai está morto dentro de uma cova, a gente mal saiu ontem do cemitério e ela já está solta, levando a vida dela normal, quem vai ficar com todo o sofrimento aqui é a gente"

O argumento da médica para sua soltura foi de que possui um filho de um ano, que precisa ser amamentado. A filha do verdureiro apontou que nem todas as detentas, com filhos pequenos, têm este previlégio.

“A gente está acompanhando o caso pela mídia e logo que saiu a gente ficou sabendo. Ela justificou que tem um filho pequeno, que ela amamenta, e aí ela não poderia ficar presa. Engraçado que na hora que ela sair para beber por aí, encher a cara para sair na rua matando os outros, ela não lembrou que ela tinha filho de um ano, aí ela achou gente para deixar o filho dela, mas para ficar presa em um presídio não, quantas pessoas lá não devem ter filho pequeno e está lá, pobre e estão presas, porque ela não pode?”

Além de Francimara, Francisco tinha mais outros dois filhos, os quais ele ajudava nos pagamentos de cursos e faculdade. A filha disse que além da falta que sentirão da presença do pai, também enfrentarão dificuldades financeiras.

Ao final do depoimento as filhas do verdureiro confrontaram a defesa do médico dizendo "meu pai não é cachorro" e "assassino".





O caso
 
Um homem de 48 anos identificado como Francisco Lucio Maia, 48, morreu na noite deste sábado (14), após ser atropelado pela médica Letícia Bortolini, 35, na Avenida Miguel Sutil, região do bairro Cidade Verde, em Cuiabá. Letícia estava em um Jeep Compass, com o marido, e ambos fugiram sem prestar socorro à vítima. Na mesma noite, ela acabou sendo presa e encaminhada ao Cisc Planalto. No entanto, Letícia foi solta ontem (16) após o desembargador Orlando Perri conceder habeas corpus.


Atualizada às 15h40.