O presidente do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco, se disse otimista com o futuro, independente do resultado das eleições neste domingo (28). Segundo o parlamentar, por duas razões: a primeira é por acreditar que o candidato Jair Bolsonaro (PSL), em caso de vitória, não conseguirá implementar parte das pautas que vem defendendo durante a campanha; a segunda é que, para Barranco, até mesmo os críticos ao PT irão, em suas palavras, recorrer ao partido a partir do próximo ano.

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“Como no Brasil, aqui em Mato Grosso boa parte [dos eleitores] também não vota no Bolsonaro. Mas é isto, não tem como ser um todo. Tem gente que deposita confiança nele [Bolsonaro] e essas pessoas também vão precisar de nós. Muitos que depositam voto nele também coadunam com o que nós pensamos”, afirmou o parlamentar.

Em Mato Grosso, Jair Bolsonaro venceu o candidato do PT, Fernando Haddad, em 126 dos 141 municípios durante o 1º turno. Nenhum outro candidato conquistou uma cidade além dos dois candidatos que irão ao 2º turno.  No geral, no Estado, Bolsonaro teve 60,04% dos votos válidos e Haddad, 24,76%.

Logo após as eleições do dia 07 de outubro, o Partido dos Trabalhadores iniciou a movimentação para captação de novos votos. Para o coordenador geral da campanha de Haddad no Estado, o ex-deputado federal Carlos Abicalil (PT), o candidato do PT poderia conquistar indecisos, devido ao grande número de abstenção, além de votos nulos e brancos.

De outro lado, o senador José Medeiros (Pode), um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro em Mato Grosso, articulou uma frente suprapartidária para conseguir mais voto ao presidenciável. Cabe destacar que a maioria dos políticos do Estado, entre eles o governador eleito Mauro Mendes (DEM) e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), declararam apoio e voto ao candidato do PSL.

“O Estado de Mato Grosso sempre foi conservador. O país, de certa forma, está dividido. Mas não dá para admitir facilmente um país administrado pelo Bolsonaro, porque ele representa o que há de mais atrasado, mais radical, são pessoas como essa que nem os mais à direita no mundo todo não aceitam. Eu quero até destacar o que disse Fernando Henrique Cardoso, de que o país não precisa de violência, mas de coerência e de superar as diferenças sociais, as desigualdades. É por isso que depositamos nossa esperança no Fernando Haddad”, analisou Valdir Barranco.

“Nós vamos continuar lutando do mesmo lado, das minorias, dos mais pobres, dos sem-teto, dos sem-terra. Nós vamos defender as organizações sociais através dos sindicatos, das cooperativas, da regularização fundiária, os povos indígenas, enfim, é a nossa bandeira, nossa luta. E por mais árdua que vá ser, com um conservador como esse, nós estamos prontos”, completou o deputado.

A um dia das eleições que irão decidir o novo presidente do país, Barranco considerou, ainda, que caso Bolsonaro saia vitorioso, em detrimento ao candidato de seu partido, o capitão do Exército não deverá conseguir implantar parte de suas promessas de campanha, as quais o petista classifica como “ultra-radicais”.

“A única maneira que eu acho que ele pode perdurar com esse pensamento ultra-radical é se ele der um golpe de Estado, se ele fechar o Congresso, se ele calar a Justiça, o STF. Se ele tentar implementar tudo o que ele fala que vai fazer no Brasil, tendo que enfrentar as instituições, ele vai frustrar seus eleitores”, pontuou.