Já empossado e com a faixa no peito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou o caso da fila dos ossos registrado em açougue no bairro CPA 4, em Cuiabá, durante seu discurso no parlatório do Palácio do Planalto, em Brasília, na tarde deste domingo (1º).

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Em discurso emocionado, Lula relembrou sua fala feita quando tomou posse como presidente pela primeira vez, em 2003 e chorou ao falar da volta da fome e do aprofundamento da desigualdade social no país.
Ao citar pessoas pedindo dinheiro com cartazes, Lula voltou a falar sobre as filas na porta de açougues para receber ossos. Momento em que ficou com a voz embargada e teve que interromper a fala.

"Há muito tempo, não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando lixo em busca de alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo. Crianças vendendo bala ou pedindo esmola, quando deveriam estar na escola vivendo plenamente a infância a que têm direito", disse.

Lula interrompeu o discurso para se recompor, e foi aplaudido pelos milhares de apoiadores na Praça dos Três Poderes. Depois, retomou a fala. "Fila na porta dos açougues, em busca de ossos para aliviar a fome. E, ao mesmo tempo, filas de espera para a compra de jatinhos particulares. Tamanho abismo social é um obstáculo à construção de uma sociedade justa e democrática, e de uma economia próspera e moderna”.

A fila dos ossos foi caso que ganhou repercussão internacional em 2020, a fila em açougue no bairro CPA 4, em Cuiabá, começou a chamar atenção pelo número de pessoas que se organizavam ainda pela madrugada para receber ossos de vaca como doação.

O tema virou pauta de campanha nacional, assim como estadual. Os adversários do governador reeleito, Mauro Mendes (União), citavam tal fila sempre que questionavam as ações do gestor na área social.