Olhar Direto

Sábado, 04 de maio de 2024

Notícias | Cidades

VIOLAÇÃO DE DIREITOS

Após calote no pagamento de salários aos jogadores, Cacerense é acusado de traficar pessoas

Foto: Reprodução

Após calote no pagamento de salários aos jogadores, Cacerense é acusado de traficar pessoas
O Cacerense Futebol Clube, eliminado e rebaixado do campeonato Mato-grossense, está sendo denunciado pela vereadora Mazeh Silva (PT) por, supostamente, ter cometido violação de direitos com indícios de tráfico de pessoas para fins esportivos. A queixa, que foi protocolada pela parlamentar junto ao Centro de Referência em Direitos Humanos de Cáceres, aponta possível calote que a direção do time teria dado em dezenove jovens atletas que vieram de vários estados do país para defender a Fera da Fronteira, bem como episódios de insegurança alimentar.


Leia mais: 
Sem pagamento dos salários, elenco e comissão do Cacerense cruzam os braços e ameaçam não entrar em campo

 
Dezenove jovens de Pernambuco, Paraná, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul vieram para Mato Grosso defender a esquadra, porém, consta na imputação que fora descumprida a promessa inicial de que todos teriam carteira de trabalho devidamente assinado.

Diante do calote, alguns desses jogadores já retornaram aos seus estados de origem, relatando que foram contratados pelo senhor Tovar de Arruda e Silva, à época presidente do Cacerense, que hoje é presidido por Paulo Leite. Eles teriam feito um acordo com a diretoria e receberam, cada um, apenas R$ 500.

Conforme denunciado, os atletas vivenciaram situações de insegurança alimentar e tiveram que ser amparados por meio de articulação da Câmara Municipal de Cáceres, que conseguiu realizar a destinação de marmitas arrecadadas por meio de doações.

O documento salienta que a vereadora Mazeh recebeu denúncia sobre as violações de direitos humanos no clube, bem como possível tráfico de pessoas para fins esportivos. Em 10 de março, sua equipe foi até o local mencionado pela pessoa denunciante, no bairro Santo Antônio, e dialogou com os atletas que ali estavam há cerca de dois meses e uma semana.

Imagens obtidas pela reportagem mostram o estado em que o alojamento dos jovens se encontrava. Além de uma geladeira com apenas resto de algumas frutas, um pacote de marmita aberto e dois potes de margarina, o banheiro do imóvel estava em condições insalubres para atender os jogadores.  



Além disso, foi afirmado que em um jogo ocorrido entre os times do Cuiabá e Cacerense, antes da partida, comeram apenas pão e água. Em um outro jogo, na cidade de Rondonópolis, enquanto os responsáveis pelo time comiam em restaurantes, os mesmos comeram pizza, ao final da partida, mas na rua, sem permissão de irem a qualquer estabelecimento para essa finalidade.

Procurados pelo Olhar Direto para posicionamento quanto às acusações, apenas Tovar retornou. Ele afirmou que só vai se pronunciar em juízo e que está tomando as medidas judicialmente cabíveis. Já o contato com Paulo ainda não foi atendido.

O caso foi encaminhado ao Ministério do Trabalho, ao Centro de Referência de Direitos Humanos, ao Comitê Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Comissão Estadual para Erradicação de Trabalho Escravo (Coetrae). A Câmara Municipal, por meio da vereadora Mazéh Silva (PT), irá propor a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para, além das denúncias, apurar o desaparecimento dos recursos do clube.

Procurada, a Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) lamentou o caso e afirmou que é uma situação delicada. Ainda asseverou que investe recursos próprios para auxiliar os clubes com objetivo de evitar que situações como essa aconteçam.

O Ministério Público do Trabalho, por sua vez, afirmou que “em resposta à solicitação, o Ministério Público do Trabalho informa que a(s) apuração(ões) da(s) denúncia(s) recebida(s) pela unidade segue(m) o regular trâmite, a fim de que sejam esclarecidos os fatos noticiados e, caso comprovadas as irregularidades, o órgão buscará a resolução da(s) questão(ões) e a punição do(s) responsável(veis)".

Do plantel formado por 23 jogadores, pelo menos sete ainda permanecem na cidade por não terem recursos sequer para comprar passagem de volta para casa. Abaixo uma relação com o nome do atleta e o número do PIX para alguém que queira ajudar. São jogadores de várias cidades, como Salvador (BA), Londrina (PR), São Luiz (MA), Sinop (MT) e Corumbá (MS). 

Diante da situação calamitosa que se instalou e foi corroborada com a eliminação do time do estadual, os torcedores do Cacerense lançaram um “pix solidário” no dia 10 de março para ajudar os atletas que à época protestavam pela falta de pagamento dos salários, bem como pela precariedade nas hospedagens, alojamento, estrutura física e alimentar do time.

Segue abaixo a relação dos atletas que estão recebendo auxílio:
 
TAYRON FELIPE  
PIX CPF : 39061349893  

RAFAEL PURIDADE  
PIX : celular 71993736197 

MAYCON BARROS  
PIX CPF: 04341217119 

WANDERSON DOURADO  
PIX CPF : 75648148100 

WALLISSON PIRES  
PIX CELULAR : 66999197984 

NOTURNO  
PIX CELULAR : 65 999049050 
 
JEFERSON TEXEIRA TOLEDO  
PIX CPF : 05701131998 
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet