A defesa de Maria Angélica Caixeta Gontijo, 40 anos, afirmou que a empresária veio no dia 5 de dezembro de 2023 a Cuiabá para participar de uma reunião com o secretário de Segurança Pública, César Roveri. O encontro estava marcada para o dia 7 de dezembro – dois dias após o assassinato de Roberto Zampieri, 56 anos. O objetivo dela era apresentar uma série de denúncias de invasões de terras no Estado, que, inclusive, contariam com a participação de policiais militares. A reunião não chegou a ocorrer.
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Coincidentemente, de acordo com a defesa, foi nessa data – 5 de dezembro - que Zampieri foi executado com cerca de 10 tiros, após deixar o seu escritório de advocacia, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Maria Angélica chegou a ser presa pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) suspeita de ser a mandante do crime, mas, cerca de um mês depois, o juiz João Bosco da Silva, do Núcleo de Inquérito Policial (Nipo), concedeu liberdade a ela.
Para comprovar a versão, a defesa de Maria Angélica incluiu nos autos que apuram a morte do jurista uma troca de e-mails com um agente do Executivo estadual em que ela demonstra seu interesse em denunciar uma série de crimes em zonas rurais de Mato Grosso.
No dia 19 de outubro, após ver uma matéria no site oficial do governo do Estado, Maria Angélica mandou um e-mail citando diversos crimes que estariam ocorrendo em Ribeirão Cascalheira (900 km de Cuiabá).
“O motivo do nosso contato é solicitar reunião para tratar sobre; falsificação de documentos; ameaças; tentativa de homicídio; Grilagem de Terras no Estado do MT inclusive com a participação de alguns policiais militares. Deixo claro que várias medidas jurídicas foram tomadas, cíveis e criminais, mais de 25 denúncias; representações criminais. Em 22/05/2023, deparamos com reportagem com o seguinte título ‘Invasores de terras não vão se criar em MT, a polícia vai colocar para correr’, afirma governador”, diz trecho do e-mail.
Utilizando uma conta oficial de e-mail, um servidor respondeu, ainda no mesmo dia: “Observamos que a reunião será com o Secretário de Segurança Pública Coronel César Roveri (que nos lê em cópia) para tratar do assunto supracitado no Email”, escreveu na mensagem.
Prints
A defesa da empresária também anexou na solicitação de concessão de liberdade prints de uma conversa de WhatsApp. Na conversa, servidor, que não terá o nome revelado, confirma a reunião para o dia 7 de dezembro.
“Ficamos então certos de atendê-la às 13h30 do dia 7 de dezembro”. Logo depois, Maria Angélica diz que vai enviar informações para adiantar o assunto.
Na sequência, ela encaminha um documento em PDF e afirma: “O processo que nos dá a posse da terra 9.109 hectares em Ribeirão Cascalheira”.
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.jpg "E-mails mostram que empresária suspeita de envolvimento em morte veio a MT denunciar crimes a secretário de Segurança")
