Vídeo registrado em dezembro do ano passado mostra a ex-esposa do suplente de deputado estadual, Hugo Henrique Garcia (Republicanos), pedindo que a deixasse em paz. Ele é suspeito de tê-la agredido com socos e tapas. O suplente nega a acusação.
As imagens mostram Hugo sentado em uma cadeira conversando com a mulher. Chorando, ela pede que ele aceite a separação. Ele responde que não iria aceitar e que daria um tiro em sua cabeça.
Em seguida, ele comenta que já passou por isso [separação] na infância e que não deixaria seus filhos. A ex-esposa diz que o pai dele foi um “canalha” e questiona se ele iria ser como ele. Hugo responde: “Pior, se você fizer isso comigo”.
A suposta vítima obteve, junto à Vara de Violência Doméstica de Nova Mutum, uma medida protetiva contra o investigado. Ela relata que, durante décadas, Hugo a agredia fisicamente e verbalmente.
Além da imagem, circulou também um print em que um perfil, em que chama o suspeito de pai, comenta um vídeo publicado pelo suplente de deputado nas redes sociais em que nega ter cometido as agressões. Por se tratar de menor de idade a imagem não será publicada.
A pessoa pede para que ele retire sua foto dos stories e diz que não iria aceitar que ele dissesse que viviam “um fantástico mundo de bob pro povo q comentou nesse vídeo (sic)”. O comentário, que não está mais na publicação, diz ainda que as pessoas não imaginam o que passou na “mão desse cara”.
A Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa (ALMT) encaminhou ao procurador-geral de Justiça, Deosdete Júnior, pedido de acompanhamento da investigação contra o suplente de deputado.
A procuradoria especial, coordenada pela deputada Janaina Riva (MDB), afirmou que o caso representa uma afronta direta aos princípios e garantias presentes na Constituição, “ante os recorrentes crimes contra as mulheres praticados neste estado, que merecem todo o respaldo, apuração e proteção”.
Outro lado
À reportagem, a defesa de Hugo comentou que o vídeo mostra apenas uma discussão do casal, que estava em processo de separação, e que em nenhum momento ele toca, levanta a voz contra sua ex-esposa ou comete qualquer crime que possa caracterizar Maria da Penha.
A defesa ainda lembra de um boletim de ocorrência em que a ex-esposa foi denunciada por falsa comunicação de crime.
A reportagem teve acesso ao documento. Policiais foram acionados por ela, que relatou ter uma medida protetiva contra Hugo e que o investigado se encontrava em um órgão de comunicação de Nova Mutum descumprindo determinação judicial.
A denunciante afirmou que precisava imediatamente da Polícia Militar para cumprir a decisão. Os agentes foram ao local, mas só a mulher foi encontrada. Ao ser questionada, ela explicou que Hugo estava em Cuiabá.
Logo depois, ela contou que chamou a Polícia Militar para franquear a entrada no prédio e fazer com que os colaboradores da empresa entregassem documentações. Os policiais explicaram que não poderiam franquear a entrada, muito menos forçar ninguém a fazer entrega de documentos, pois, na decisão judicial, consta apenas a restrição de contato.
Os militares registraram um boletim de ocorrência de comunicação falsa de crime.
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