Brasília - Minutos depois de anunciar que decidira ficar no cargo atendendo, além de apelos de partidos e da população, a uma recomendação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), divulgou nota para se desmentir. No texto, o governo do DF esclarece que em nenhum momento da audiência mantida hoje (18), no Centro Cultural Banco do Brasil (CNBB), Lula deu qualquer orientação a Paulo Octávio - acusado de ser um dos beneficiários do suposto esquema de corrupção envolvendo o governador licenciado José Roberto Arruda (sem partido), deputados distritais e empresários.

“O governo do Distrito Federal vem esclarecer que, durante seu discurso, nesta quinta-feira (18), no momento em que falava de improviso, o governador interino do DF, Paulo Octávio, disse, inadvertidamente, que o Excelentíssimo Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria "recomendado" que ele permanecesse no governo.

Na realidade, em nenhum momento Sua Excelência o Presidente fez qualquer sugestão, recomendação ou proferiu qualquer manifestação sobre sua permanência ou não no cargo. Durante o encontro, o presidente Lula apenas manifestou sua preocupação com a questão institucional de Brasília.”

O governador em exercício se reuniu na manhã de hoje com o presidente. Pouco depois do pronunciamento de Paulo Octávio, o ministro de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, também negou que Lula tivesse feito a recomendação, o que foi confirmado pouco depois pela própria assessoria do governador em exercício do DF.

Vice-governador do DF, Paulo Octávio assumiu o governo depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, no último dia 11, a prisão de Arruda por tentativa de suborno de uma testemunha do suposto esquema de corrupção. Arruda está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.