O PT vai realizar prévias no Distrito Federal, no dia 21 de março, para escolher o candidato que vai disputar o governo do DF em meio à crise que resultou na prisão do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido). Sem consenso no partido, o deputado Geraldo Magela e o ex-ministro Agnelo Queiroz disputam nos bastidores a indicação para o governo do DF.

A disputa interna atrasou os planos da oposição de apresentar o nome de seu futuro candidato como alternativa para suceder Arruda no cargo. O presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, disse à Folha Online as prévias prejudicam o partido no cenário atual.

"O ideal seria cumprir o acordo feito no ano passado, com a unidade do partido. Nós já poderíamos estar nos apresentando à sociedade, fechando a composição com os partidos aliados. Mas temos que tratar com a realidade. A partir do dia 21 teremos o nosso candidato", afirmou.

Magela quebrou acordo fechado pelo partido, no ano passado, de lançar Agnelo governador caso o ex-ministro dos Esportes se filiasse ao PT. Agnelo aceitou a proposta, deixou o PC do B e ingressou nos quadros petistas, mas agora enfrentará Magela nas prévias que vão definir o candidato da legenda ao governo.

Segundo o presidente do PT-DF, Magela tem direito a disputar a candidatura pela regras do partido. "Que isso seja feito em um debate de alto nível", afirmou. Os petistas pretendem usar a crise política, durante a campanha, para tentar convencer a população a mudar o comando do DF. "Não tem como não usar porque a cidade está chocada com essa crise. Esse debate vai ser central na campanha. O nosso maior desafio é resgatar a confiança da população", afirmou Policarpo.

Magela, por sua vez, argumenta que recolocou seu nome na disputa depois de receber apelos de petistas e integrantes de partidos aliados para entrar na corrida eleitoral. "Fiz diversas reuniões, ouvi muito, refleti bastante e sempre disse que somente recolocaria meu nome se isto fosse bom para o nosso partido", disse Magela.

Segundo o deputado, o "sonho" do PT é voltar a governar o DF, por isso está disposto a representar todas as alas do partido caso seja escolhido candidato. "Eu nunca abandonei meu propósito de representar todos os petistas no governo do DF. Em poucos momentos adiei este ideal, mas, sempre em nome da unidade do PT."

Magela disse que chegou a "alimentar a ilusão" de que poderia unir o partido disputando uma vaga ao Senado Federal, mas disse que viu sua candidatura ser "negociada nas suas costas", o que quebrou o acordo fechado com Agnelo. "Naturalmente, nesta condição qualquer acordo já havia sido jogado fora."

Prévias

O deputado argumenta que as prévias, neste momento, serão importantes para "garantir a participação da militância nas decisões do partido". "Sei que podemos derrotar os representantes da corrupção no DF. Já fizemos isto, uma vez, quando só não assumimos o governo graças à fraude. Penso que o desafio de limpar nossa cidade da corrupção e fincar a bandeira do PT no Planalto Central, deve motivar todos nós, agora", afirmou.