Nem mesmo na investigação do assassinato do cabo Édson de Oliveira (46), morto com um tiro nas costas no centro histórico de Cuiabá, região conhecida como Beco do Candieiro e de alto índice de tráfico e consumo de drogas, a política fica de lado. O homicídio acabou gerando controvérsias entre o governo do Estado e Prefeitura de Cuiabá.
Em coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (11), o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado, afirmou que o policiamento na região tem sido feito de forma regular e que cabe a Prefeitura fazer uma reurbanização do centro para evitar os altos índices de consumo de drogas. “A polícia tem cumprido seu papel, mas a Prefeitura precisa fazer uma reurbanização para melhorar o local”, argumentou.
Questionado sobre o argumento do secretário, o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), se irritou e reafirmou a assertiva de que segurança pública é responsabilidade do Estado, conforme prevê a Constituição Federal de 1988. “Até isso eles querem atribuir responsabilidade à Prefeitura, fala pra ele (Curado) que eu ri”, ironizou Santos.
Contradições
As primeiras informações divulgadas pela assessoria de imprensa da SEJUSP, ao portal Olhar Direto, são de que no momento em que o policial abordou os três suspeitos, Édson teria revistado os dois primeiros rapazes e no momento que iria revistar o terceiro suspeito, identificado como Cassimiro teria reagido e atirado no policial.
Durante coletiva o coronel Joelson Sampaio, deu outra versão dos fatos. O coronel afirmou que a arma estava com o primeiro suspeito que foi revistado pelo policial, porém que Édson não teria visto a arma e no momento em que fazia a revista no terceiro rapaz, Cassimiro teria atirado.
O caso
O policial do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) foi assassinado na noite da terça-feira (9), na região Central de Cuiabá. Edson de Oliveira estava em uma lanchonete na Rua Voluntários da Pátria, esquina com a 7 de Setembro, quando viu três rapazes em atitude suspeita e decidiu aborda-los. O cabo levou um tiro após abordar os três homens.
O crime ocorreu por voltada das 19h. Cassimiro Moraes dos Santos (21), conhecido como "Cacau", e que teria efetuado o disparo, foi preso logo depois do crime.
