O presidente da Petrobras, José Sergio Gabriell, afirmou nesta terça-feira que a capitalização da empresa é necessária para que se realizem os projetos da companhia e que precisa ser feita "com ou sem a aprovação do Congresso". O planejamento da companhia prevê investimentos entre US$ 200 bilhões e US$ 220 bilhões até 2014.

Segundo ele, se não passar pelo Congresso, a empresa terá que analisar o que fará, sem dar mais detalhes. A capitalização está prevista em um dos projetos de lei que compõem o novo marco regulatório do pré-sal, com cessão pelo governo de áreas não licitadas até o limite de 5 bilhões de barris. Os textos foram aprovados na Câmara e serão analisados pelo Senado.

O governo vai pagar pelas ações com título públicos e a Petrobras devolverá esses títulos em troca de reservas não licitadas do pré-sal.

De acordo com Gabrielli, a empresa levantou US$ 74 bilhões em dívidas em 2009 e investiu US$ 71 bilhões. Neste ano, a previsão é de US$ 88,5 bilhões em investimentos.

Grau de investimento

Na semana passada, o gerente de Relações com Investidores da Petrobras, Alexandre Quintão, afirmou que a companhia não vai aumentar sua dívida para se capitalizar, arriscando perder o grau de investimento duramente conquistado.

Ele afirmou que entre as alternativas estariam um aumento de capital apenas por meio de emissão de ações preferenciais, o que preservaria a posição de controlador do governo brasileiro. O valor da operação seria menor do que a feita com a cessão onerosa, ressaltou, sem dar possível novo valor.

O diretor financeiro, Almir Barbassa, também afirmou hoje que a Petrobras não pretende emitir dívida no primeiro semestre deste ano

A meta da companhia é de aumentar a produção de barris de petróleo de 2,5 milhões de barris por dia para 5,3 milhões.