A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite a eleitos para cargos majoritários mudarem de partido, no decorrer do mandato, provocou o ex-governador e senador Blairo Maggi (PR) a uma nova reflexão. Embora negue estar de ‘malas prontas’ para assinar filiação com o PMDB, ele admitiu, via assessoria, a sua insatisfação histórica com o Partido da República.
  
A reportagem do Olhar Direto apurou que a possibilidade de Maggi sair do PR sempre exigiu e que, se pudesse trocar de partido sem risco de perda de mandato, teria feito há tempos. Todavia, ele próprio revela a interlocutores que não  há nada de concreto. “O que dizem por aí, nunca passou de conversa. Não há nada de oficial”, revelou ele, a interlocutores privilegiados.
 
Além disso, fonte do Olhar Direto revelou que existe a possibilidade dele começar, na próxima semana, consultas informais com dirigentes partidários, prefeitos e aliados, para discutir quais rumos seguir, em caso de saída do PR. Num passado recente, ele demonstrou maior simpatia pelo PMDB, por vislumbrar projeto de envergadura nacional.
 
Após o Supremo Tribunal Federal (STF) acolher ação direta de inconstitucionalidade (Adin), da Procuradoria Geral da República, que libera governadores e senadores da fidelidade partidária, tanto Maggi quando o governador José Pedro Taques (PDT) voltar a serem assediados por outros partidos. Taques tem convites do PSB e PSDB.
 
Antes do julgamento do STF, estava em vigência a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que entendia estarem os cargos majoritários – presidente, governador, prefeito e senador –  obrigados a honrar a fidelidade partidária, assim como os proporcionais –deputados federais, estaduais e vereadores.
 
Maggi estaria sendo assediado pelo próprio vice-presidente Michel Temer. Há tempos, Temer é quem costura junto com os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, todos do PMDB, as primeiras conversas com Blairo Maggi e seu possível ingresso na legenda. Eles conseguiram o aval do presidente regional do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, que comanda o partido com mão-de-ferro há três décadas. 
 
Por unanimidade, os ministros entenderam que somente deputados e vereadores, eleitos pelo sistema proporcional, devem perder os mandatos se mudarem de partido sem justa causa.
 
A maioria dos ministros seguiu o voto do relator da ação, Luís Roberto Barroso. Ele entende que obrigar o político eleito pelo sistema majoritário a entregar o cargo para o partido viola o princípio constitucional da soberania popular.  Barroso observou que, no caso da eleição majoritária, a ênfase é no candidato e não no partido.