O pedido de cassação do prefeito Doutor Walace Guimarães (PMDB) e seu vice Wilton Coelho Pereira (PR) se baseia em suposições do Ministério Público Eleitoral (MPE) e não em provas irrefutáveis. “Houve caixa dois na campanha eleitoral? Não houve. Ocorreu lesividade no processo eleitoral? Não ocorreu! Então, se baseiam em questões subjetivas. Tentam associar supostas transações comerciais à minha campanha [eleitoral de 2012]”, disse Walace, em entrevista exclusiva para a reportagem do Olhar Direto, no Palácio Júlio Domingos Fiote de Campos.

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“É lamentável que tenhamos chegado nesse ponto [risco de cassação], porque o Ministério Público não pode trabalhar com base em ilações; em subjetividade”, cobrou ele. Doutor Walace observou que não lhe deram a oportunidade de ampla defesa e não vê como transação comercial entre empresas pertencentes a seus amigos possam ser consideradas ‘caixa dois’.
 
Guimarães lembrou que teve as contas de campanha aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) aprovou sua contabilidade de campanha e existe contabilidade nos gastos. Os números são paritários: enquanto PMDB e PR aplicaram R$ 1,24 milhão na campanha de Walace, o DEM investiu R$ 1,9 milhão na candidatura da ex-primeira-dama Lucimar Sacre Campos; e o PSD declarou R$ 1,6 milhão na campanha do ex-prefeito Sebastião dos Reis Gonçalves, o ‘Tião da Zaeli’.
 
“Se houve transações comerciais entre alguns de meus apoiadores, é da conta pessoal deles. Nossas despesas foram pagas com cheques de campanha.  Não tem sequer indício do que é alegado. Se o meu irmão, doutor Josias Guimarães, fez negócio com a Gráfica Líder, trata-se de uma transação privada e nada tem a ver ‘triangulação’ para a nossa campanha”, ponderou Walace.  
 
Entenda o caso
 
O Ministério Público Eleitoral emitiu parecer favorável à cassação do mandato de Walace Guimarães e do vice Wilton Coelho, o Wiltinho (PR) por suposta formação de ‘caixa dois’, na campanha eleitoral de 2012. O  promotor de Justiça José Ricardo Costa Mattoso sustenta que o peemedebista praticou captação e gasto ilícitos de recursos financeiros, configurando abuso do poder econômico. Walace nega.
 
Em seu despacho, José Ricardo Mattoso entende que “houve a quebra dos princípios da transparência e da moralidade da campanha eleitoral de 2012 por parte dos requeridos [Walace e Wilton], bem como também o total desrespeito à população... ficam evidenciadas a arrecadação e gastos em desconformidade com a norma”.
 
Depois de dois anos de ‘idas e vindas’, o juiz José Luiz Lindote, da 58ª Zona Eleitoral, deve julgar o mérito da questão, em poucos dias.