Ser mulher em uma sociedade hipócrita e machista não é uma tarefa fácil.É uma batalha diária referente a que roupa vestir, o que falar, como se portar, pois já somos julgadas pelo único fato de termos nascido mulheres.

Você pode estar me perguntando, mas o que isso tem a ver com sexualidade? Absolutamente tudo! Vamos pelo contexto em que mulheres e homens são criados diferentes. Aos meninos, são dados todos os direitos, inclusive, o de se masturbar na pré-adolescência, ou até na infância em que eles descobrem o prazer no pênis por meio de pequenas fissuras na região, dando aquela ‘coceirinha’ gostosa. Já as meninas, são repreendidas caso ao seu corpo tocar, mesmo se elas estiverem também com uma ‘coceirinha’.

Mulheres são ensinadas desde cedo que seus deveres são o de cuidar de uma casa, lavando, passando, criando filhos, etc. Infelizmente, mesmo estando em pleno século 21 no ano 2020, ainda há mulheres que acreditam que o ato sexual é somente para agradar seus maridos ou como forma de procriação. Prova disso é que, de acordo com pesquisas, cerca de 30% das mulheres brasileiras nunca chegaram ao clímax durante o ato sexual, ou seja, em cada 10 mulheres, três nunca tiveram um orgasmo. 

Trabalhando com o mundo Tantra, percebi o quão gritante é este número, na qual muitas mulheres dizem até terem nojo de suas genitálias. E você pode estar achando que me refiro a mulheres maduras, de 50 anos em diante. Mas, ao contrário do que possam imaginar, são meninas com seus 19 e 20 anos. 

Sim, o número de meninas ativas sexualmente que não têm a mínima noção da capacidade orgástica de seus corpos é muito grande. Garotas que nunca se tocaram, nem buscaram ter conhecimento acerca de seus corpos. O pior, muitas se quer buscaram um ginecologista. E tudo isso se dá pelo ridículo machismo de que mulher foi feita apenas para servir e que ginecologistas só devem ser procurados em casos mais agravantes. 

Luana Valentim é jornalista formada pela Unic, tem 26 anos, é orientadora sexual, terapeuta tântrica e youtuber.