A crítica vem em forma de tinta que ganha contornos nos muros e paredes da capital São Paulo. No dia a dia, ela pode até passar despercebida, mas basta que o olhar pouse no grafitti para que o “tapa na cara” seja dado. Pelo menos essa é a intenção do artista de rua Paulo Ito, que na semana passada teve uma de suas obras compartilhada em toda a internet.

No portão de uma escola no bairro Pompéia, em São Paulo, um garoto negro chora ao constatar que em seu prato há apenas uma bola de futebol – alô, Fifa, esse tapa foi pra você. A foto do graffiti se espalhou rapidamente e ganhou capa de vários veículos internacionais. Mas essa não é a única crítica que Paulo Ito transforma em arte. Nas paredes da capital, dezenas de desenhos recheados de protesto atentam para a miséria, para a violência contra a mulher e para situações do dia a dia da periferia.

Paulo Ito, que assim como boa parte dos artistas de rua, prefere os muros ao cárcere de um museu, usa a tinta como meio para propagar suas reflexões e revoltas, utilizando a figura de pessoas e, muitas vezes, criando diálogos e frases que enriquecem ainda mais a reflexão. No lugar de paredes cinzas, um cutucão para pensar sobre a vida, a sociedade e tudo mais.

Veja algumas das obras de Paulo Ito que estão espalhadas por São Paulo: