Em meio às ameaças de estupro que tem relatado sofrer por parte de seguidores do deputado bolsonarista Gilberto Cattani (PL), a vereadora de Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos), abriu sua fala na sessão ordinária desta quinta-feira (31) com um desabafo. No pronunciamento, ela relatou que as ofensas agora têm atingido sua filha, uma jovem de 19 anos, e também sua mãe.

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No momento em que começou a falar sobre sua filha, Maysa ficou emocionada e disse que, se a jovem morasse em Cuiabá, não a deixaria sair de casa devido às ameaças de violência que têm circulado nas redes sociais. Segundo ela, o risco das agressões se concretizar é real, tamanho o fanatismo dos agressores digitais. 

“Se a minha filha morasse em Cuiabá, eu não ia permitir que ela saísse nas ruas. Porque esse ódio, não é um ódio digital, é um ódio real. Isso é instigar as pessoas a atacarem as outras de forma real. O risco de um fanático, um lunático desse, querer fazer dentro do ambiente da realidade justiça com as próprias mãos, é um risco real”, desabafou em maio às lágrimas.  

“Nós vemos todos os dias pessoas serem mortas por ameaças que foram desconsideradas. Mas, graças a Deus, a minha filha não mora em Cuiabá e por isso ela pode circular nas ruas”, completou. 

A polêmica

A polêmica teve início com a participação de Maysa e Cattani em um podcast que abordou a penalização de estupradores. Enquanto Gilberto defendeu a castração química como solução para o crime, Maysa sugeriu o aprofundamento das discussões. Desde então, ela acusa o deputado de recortar propositalmente um trecho do vídeo para insinuar que a vereadora é defensora de estupradores. 

Após pedir retratação de Cattani e ser ignorada, a vereadora afirmou que vai entrar com uma representação contra Cattani no Ministério Público Estadual (MPE) e também vai acionar a Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) contra o deputado. Na casa, ele já enfrenta um processo na Comissão de Ética por comparar a gravidez de mulheres à gestação de vacas.

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