Por unanimidade, os deputados estaduais aprovaram um requerimento que acelera a votação do projeto de lei que obriga a gravação dos treinamentos de alunos militares no estado. O objetivo é evitar que novas tragédias ocorram, como a que aconteceu na semana passada, em que o aluno do Corpo de Bombeiros, Lucas Veloso Perez, de 27 anos, morreu durante um treinamento aquático na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.
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A votação do requerimento de dispensa de pauta foi apresentado por 11 deputados e aprovado durante a sessão ordinária desta quinta-feira (7).
O projeto foi apresentado pelo deputado estadual Wilson Santos (PSD), requerendo a gravação dos treinamentos dos alunos bombeiros, policiais militares e civis.
Além disso, a proposta pede ainda a presença de uma equipe de primeiros socorros nas aulas práticas de intenso esforço físico.
O líder do governo, deputado Dilmar Dal Bosco (União), agradeceu ao autor do projeto por ter acatado o pedido de transformar o requerimento de urgência urgentíssima em dispensa de pauta, o que vai possibilitar a discussão sobre o tema no Legislativo.
"Primeiro parabenizar a vossa excelência por trazer essa discussão. E obrigado por acatar o pedido da maioria dos deputados colocando a dispensa de pauta para que a gente promova, através da Comissão de Segurança, uma discussão com as forças de segurança, com o secretário de Segurança, para fazer um amplo debate acerca dessa pauta", destacou.
Na quarta-feira (6), o deputado estadual Júlio Campos (União) esteve com a família de Lucas no Palácio Paiaguás, onde foram recebidos pelo secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia. Na oportunidade, ele tentou convencer o governo de que a medida é necessária para ser observado se há algum tipo de abuso dos treinadores dos novos militares.
Conforme o parlamentar, o governador Mauro Mendes (União) não recebeu a família pois estava cumprindo outra agenda, no entanto, saiu de lá com a garantia de que não haverá cooperativismo nas investigações sobre o caso.
A morte
Segundo as informações apuradas pelo Olhar Direto, Veloso estava realizando um procedimento de resgate. Durante a aula, o aluno pegou um "flutuador" e foi questionado se tinha condições de finalizar a atividade.
Em certo momento, Veloso acabou afundando na água e foi resgatado. Foi apontado que pouco antes de se afogar, o jovem teria reclamado que sentia falta de ar. O militar foi levado para uma unidade médica e diversas manobras de reanimação foram realizadas, porém sem sucesso.
Alunos do curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros discutiram a morte de Lucas em um grupo do WhatsApp e um deles sugeriu que a vítima levou um "caldo", quando a cabeça é afundada na água para testar resistência. Outros alunos chegaram a afirmar que viram parte da ação, mas só irão falar sobre o caso na Justiça.