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Domingo, 28 de julho de 2024

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União prepara plano estratégico para o setor do agronegócio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer ter em mãos até o fim do governo, em dezembro de 2010, um plano estratégico para o setor do agronegócio. O projeto, que abrangerá o período dos próximos 15 anos, deverá apontar quais devem ser as diretrizes de atuação do governo para impulsionar o setor, conciliando questões ambientais e sociais, atualmente fatores de tensão permanente. Para coordenar o trabalho foi convidado o pesquisador da Embrapa Soja Décio Luiz Gazzoni. Ele assumirá na segunda-feira (02), em Brasília, a função de gerente do projeto a ser desenvolvido no âmbito da Subsecretaria de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.


Gazzoni atribui ao ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, atual presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), papel importante na decisão de realizar o estudo. "É a pessoa mais bem preparada do mundo para entender a lógica do agronegócio brasileiro. Foi ministro no primeiro mandato do presidente Lula, que entendeu a importância do setor, sobretudo a questão da agroenergia, e levou a demanda ao ministro Mangabeira Unger."

O pesquisador diz que o grande desafio do Brasil é expandir a atividade agropecuária sem que as novas fronteiras agrícolas avancem sobre a Amazônia e o Pantanal, focando no aumento da produtividade. A criação de empregos, sem prejuízo da qualidade de vida do trabalhador do campo, a defesa agropecuária, a logística e infraestrutura também serão pontos importantes no trabalho. "É um projeto amplo, mas teremos de apontar algumas prioridades a serem avaliadas pelo presidente", antecipa o pesquisador.

Na avaliação de Gazzoni, pesquisador da Embrapa desde 1974, atuando nas áreas de sanidade agropecuária, agroenergia e economia agrícola, há muitas oportunidades a serem exploradas pelo agronegócio no médio prazo, e para isso o País precisa antecipar demandas, conhecer as legislações dos países potenciais compradores dos produtos brasileiros, consolidar uma boa imagem como exportador. Vê, portanto, na criação dos adidos agrícolas um importante passo nesse rumo.

A questão da bioenergia é outro ponto a ser abordado, considerando o esperado aumento da demanda por combustíveis renováveis no mundo. Mas enquanto o mercado internacional se ajusta a esse novo cenário, aponta o mercado interno como o principal foco do Brasil neste momento. "As vendas de etanol já superam as de gasolina mas, em 10 anos, podemos crescer muito mais nesse setor. E ainda há o que ocupar no diesel", destaca.

Segundo ele, a previsão é que em 2009 o consumo de diesel será de 46 a 50 bilhões de litros, sendo que 3% desse volume terão a mistura do biodiesel. Em 15 anos a projeção é de que essa mistura cresça de 2% a 3% ao ano. "Podemos continuar enfrentando a limitação desse avanço, mas precisamos considerar que esse espaço pode ser capturado pelo etanol", diz Gazzoni. "É um mercado e tanto."

Gazzoni é engenheiro agrônomo com mestrado em entomologia. Atualmente é membro do International Scientific Panel on Renewable Energy (ISPRE ICSU), Consultor Internacional do Banco Interamericano de Desenvolvimento e Coordenador da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel.

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